" R E L I G I Ã O --- C I Ê N C I A --- A R T E --- F I L O S O F I A --- E --- A M O R "
sexta-feira
LITERATURA..... SOU EXU
Sou Exu
Estou num canto do terreiro observando os trabalhos. Os médiuns já estão em posição, velas foram firmadas, todos já bateram cabeça. Os pontos invadem o salão. Na assistência pessoas que frequentam a casa com assiduidade e outras que pisam pela primeira vez. Sinto
que algumas estão visivelmente emocionadas, seus protetores estão ali.
Outras estão suando frio, passam mal, estão agoniadas, afoitas para
sairem dali. Espíritos trevosos estão atuando sobre elas, querem sair
dali o mais breve possível, pois temem serem descobertos. Certamente
serão afastados e não poderão perturbar aquelas pessoas. O Pai de
Santo vibra com intensidade, na corrente um médium balança a cabeça,
parece que vai cair. Percebo que seu exu está por perto. O médium
ainda é novo, não está totalmente integrado com seu guia, mas com
paciência e amor, em breve estará incorporando seu exu.
O exu chefe, toma o Pai de Santo, com faz há décadas e brados de guerra são ouvidos.
Na corrente, muitos já estão incorporados. Na
medida em que os irmãos da encruza chegam, trazem forte energia para
todos. Unidos numa só força, eles, através dos passes, retiram da
assistência os eguns e kiumbas, limpam as pessoas estão perturbadas, e
transmitem força e esperança. As pessoas que antes choravam, agora
sorriem aliviadas. Dores são aplacadas. Vejo que muitas daquelas pessoas
em breve, estarão também recebendo os seuis guias. Embora esteja acostumado a ver essas cenas, sempre me emociono. Daqui do meu canto, serenamente acompanho os trabalhos. Repentinamente
uma jovem da assistência, põe-se a vociferar. Sua voz antes melodiosa e
serena, torn-se grave e arrogante. Ela tenta agredir os fiscais da
casa, que habilmente a conduzem para dentro do terreiro. Sem dúvida o kiumba que a acompanha é muito perigoso. Os
exus estão alertas, nem bem cruza a porteira, o kiumba grita, xinga,
tenta machucar a pobre moça, diante da mãe desesperada que se encontra
na assistência. Os exus abrem a roda, os atabaques soam mais alto. O
exu chefe se adianta sobre ele, forte energia circula sobre o corpo da
jovem moça. O exu não quer que ela se machuque, ele vibra sua maracá e o exu da menina pela primeira vez aproxima-se da filha com força. Chegou minha hora, me aproximo calmamente. O kiumba evita meu olhar, se desespera. Sorrio e caminho em sua direção, preparo minhas armas. Ele grita, esbraveja. O exu pede meu apoio. Não me faço de rogado, para desepero do kiumba, de um salto estou com minha espada em sua garganta. Domino-o com facilidade. Chamo
outros que o amarram e o levam para seu devido lugar. Outros kiumbas
menores que o acompanhavam, também são capturados e receberão seus
castigos. A moça acorda leve e felíz. Os exus terminam o descarrego, agradecem meu auxílio. Eu volto para o meu canto, ali na cafua observo o fim dos trabalhos. Minhas velas, meus charutos, meu marafo estão firmados. Os trabalhos terminam, todos se vão felizes. E eu, na porteira, estou de sentinela…
Autor: Desconhecido
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NÃO PODEMOS ESQUECER DE EXU
Mitologia Iorubá:
Exu
foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. Ele era muito levado e gostava
de fazer brincadeiras com todo mundo. Tantas fez que foi expulso de
casa. Saiu vagando pelo mundo, e então o país ficou na miséria, assolado
por secas e epidemias. O povo consultou Ifá, que respondeu que Exú
estava zangado porque ninguém se lembrava dele nas festas; e ensinou
que, para qualquer ritual dar certo, seria preciso oferecer primeiro um
agrado a Exú. Desde então, Exú recebe oferendas antes de todos, mas tem
que obedecer aos outros Orixás, para não voltar a fazer tolices.
Certa
vez, dois vizinhos muito amigos esqueceram de fazer as oferendas
devidas a Exú antes de começar a semana de trabalho. Zangado, Exú
resolveu se vingar. Pôs na cabeça um gorro que era vermelho de um lado e
branco do outro. Em seguida, passou calmamente pelo caminho que dividia
as terras dos dois vizinhos, cumprimentando-os amavelmente. Quando ele
se afastou, um dos vizinhos perguntou ao outro: “- Quem será este senhor
de gorro branco?” E o outro falou: “- Não, o gorro era vermelho!” E
ficaram discutindo se o gorro era vermelho ou branco, até que se pegaram
e brigaram até se matar.
Um
homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Certa vez, chamou um
pintinho muito travesso de Exú, acrescentando vários xingamentos.
Para
se vingar, Exú fez com que o pinto se tornasse muito violento. Depois
que se tornou galo, ele não deixava nenhum outro macho sossegado no
galinheiro: feria e matava todos os que o senhor comprava. Com o tempo, o
senhor foi perdendo a criação e ficou pobre.
Então, perguntou a um
Babalaô o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma
vingança de Exú e que ele precisaria fazer um Ebó pedindo perdão ao
Orixá. Amedrontado, o senhor fez a oferenda necessária e o galo se
tornou calmo, permitindo que ele recuperasse a produção.
Pela Mitologia Iorubá, conhecemos peculiaridades das vibrações dos Orixás, todo Umbandista deve conhecê-la, respeitá-la por este e por outros aspéctos culturais. Ysaiias Pintto Sacerdote e Presidente da Sagrada Umbanda Original - SJC.
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Muito obrigado pela participação. Deus lhe abençoe.
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