São Cipriano
O Mago dos
Magos, o Santo de Deus
Tascius Caecilius Cyprianus, nasceu na cidade de Antioquia.
Antioquia
era uma cidade antiga erguida na margem esquerda do rio Orontes, na Turquia.
Foi nesta cidade que, quando o Cristianismo era apenas uma pequena seita religiosa, Paulo
pregou o seu primeiro sermão numa Sinagoga, e foi também aqui que os seguidores
de Jesus foram chamados de Cristãos pela primeira vez.
Historicamente, há quem defenda que São Cipriano
Bispo de Cartago, (
Cartago, o coração do grande império fenício
que existiu no Norte de Africa e que rivalizou com o império romano pelo
controlo do mediterrâneo) e são Cipriano de Antioquia,( de cognome «o
feiticeiro», ou «o mago dos magos»), nascido na cidade que existiu na zona
entre Turquia e Síria, e que era chama «a mais bela cidade do oriente», são
figuras históricas totalmente distintas. Ao contrario,
muitas outras fontes afirmam que São Cipriano o Bispo de Cartago, e São
Cipriano «o Feiticeiro», se tratam da mesma figura histórica, sendo que por
motivos de ocultação da vida pecaminosa de São Cipriano antes da sua conversão,
se procurou criar a ideia que o São Cipriano santificado era uma figura
totalmente distinta do São Cipriano o bruxo, assim retirando de São Cipriano o
Bispo e o Santo, a pesada macula de todos os seus anteriores pecados. São teses
históricas, umas mais defensáveis que outras, mas que de qualquer das formas
são unânimes em confirmar a existência de São Cipriano. Cremos pessoalmente,
que tal como afirmam as mais ilustres obras que versam sobre São Cipriano, que
Cipriano o Bispo de Cartago, e Cipriano o Bruxo, são a mesma pessoa.
Quanto a São Cipriano de Antioquia, o bruxo e
santo:
Antioquia era a terceira maior cidade do império
romano, conhecida pela sua depravação. Nesta metrópole conhecida por
"Antioquia, a bela", ou a "rainha do Oriente", ( tal
era a beleza da arte romana e do luxo oriental que se fundiam num cenário
deslumbrante), a população era maioritariamente romano -helénica, e o culto dos
deuses era a religião oficial. Alguns dos cultos religiosos estavam associados
a deusas do amor e da fertilidade, pelo que a lascívia, perversão e a
libertinagem eram famosas nesta cidade.
Foi
neste ambiente religioso e cultural que Cipriano nasceu, havendo sido admitido
num dos templos sagrados da cidade para realizar os seus estudos sacerdotais e
místicos.
Filho de Edeso, ( pai), e Cledónia ,
( mãe), Cipriano nutria uma verdadeira
vocação e gosto pelos estudos místicos e religiosos. Assim, Cipriano dedicou a
sua vida ao estudo das ciências ocultas, sendo que ficou conhecido pelo epíteto
de o «feiticeiro». Cipriano alcançou grande fama e o seu nome foi reconhecido
enquanto um poderoso feiticeiro, capaz de grandes prodígios.
Cipriano nasceu
em 250 d.C. Era descendente de uma prospera família e filho de pais abastados e crentes das
divindades pagas , que cedo o entregaram ao sacerdócio de Deuses.
Cipriano entrou assim em contacto com
as ciências ocultas, e aprofundou afincadamente os seus estudos de feitiçaria,
rituais sacrificiais e invocações de espíritos, astrologia, numerologia, etc.
Cipriano é por isso conhecido pelo
«mago da fenícia», ou o grande mago «fenício», pois que é nas artes da magia
fenícia que Cipriano é instruído, e são essas artes de magia fenícia que são
ministradas a Cipriano, ou seja, Cipriano fica desde jovem conhecedor dos
segredos do culto aos Deuses fenícios conforme eles eram ministrados nos
templos pagãos da Fenícia, templos esses a quem até Salomão havia prestado
culto e aprendido com os seus segredos ocultos.
Cipriano não se limita aos seus estudos no
sacerdócio de magia fenícia, e desejando
aprofundar os seus estudos ocultos,viaja
pelo Egipto e pela Grécia, angariando conhecimento com vários mestres e
sacerdotes místicos; Cipriano estuda desde as mais ancestrais técnicas
astrológicas, á numerologia hebraica, e demais artes místicas e mistérios
sacrificiais.
A sede de
conhecimento místico de Cipriano era insaciável, e por isso contam-se historias
lendárias de como ainda sendo bruxo, Cipriano – não hesitando em fazer o que
quer que fosse para aprender segredos místicos – Cipriano fez-se passar por
clérigo para obter conseguir obter segredos mágicos de fieis tementes a Deus,
numa sede imparável por saber oculto que não se refreava diante de nada para
aprofundar o saber místico.
Cipriano é conhecido no seu tempo como o «mago da
fenícia», ou «o grande mago fenício». O império fenício era um império
essencialmente de natureza marítima e comercial, sendo que os fenícios eram os
maiores e mais prósperos comerciantes do seu tempo. O império fenício
expandiu-se em rotas comerciais que vão desde a antiga Canaã – nas zonas
litorais do Líbano, Síria e norte de Israel – mais para norte – até Chipre e
Turquia – e mais a sul por toda a costa mediterrânica, passando pelo litoral
Egípcio, por Cartago, pela Itália, pela Grécia, por Marrocos, estendendo-se até
á península hibérnica. O alfabeto fonético fenício é considerado o ancestral de
todos os alfabetos modernos, assim se demonstrando o grau de elevação cultural
deste povo. A civilização fenícia – tal como a Canaanita – era
conhecedora de grande e profundos conhecimentos esotéricos, religiosos e
místicos, sendo as mais conhecidas das suas cidades aquelas mencionadas na
Bíblia, ou seja: Tiro, Sídon e Biblos. Os
deuses fenícios foram adorados também pelo rei hebraico Salomão, que se diz ter
ficado – tal como Cipriano – detentor dos seus segredos, e assim ter sido o
mais próspero rei do seu tempo. Serve isto para explicar o meio histórico e
religioso em que Cipriano viveu, e que lhe permitiu ter acesso aos grandes
segredos místicos dos Fenícios, dos seus deuses e das suas práticas esotéricas
e religiosas.
Por volta dos seus
30 anos, Cipriano encontra-se estabelecido na Babilónia, onde encontra a bruxa Èvora.
Estudando com ela, Cipriano desenvolve as artes da bruxaria segundo as
tradições místicas dos Caldeus.
Após o falecimento da Bruxa Évora, Cipriano herda os manuscritos
esotéricos da Bruxa Évora, dos quais extrai muita da sua sabedoria oculta.
Ao fim de algum tempo, Cipriano já domina as artes das ciências de magia
negra, contactando demónios.
Diz-se que se tornou amigo íntimo de Trevozos, para os quais
conseguia angariar a perdição de muitas belas e jovens mulheres, o que muito
agradava aos negativos, que em troca lhe concediam grandes poderes sobrenaturais.
Com os poderes infernais que lhe advinham que dialogar directamente com
os trevosos e pedir-lhes a concretização de favores, Cipriano construiu uma
carreira de bruxo com grande fama,
produzindo grandes feitos, o que lhe valeu uma imprecedível reputação de
grande feiticeiro ou mago.
Muitas pessoas de todos os quadrantes geográficos procuravam os seus serviços
místicos e os seus ganhos financeiros eram assinaláveis. São Cipriano viveu assim uma vida de
bruxarias e riquezas, sendo que dizem certas lendas que São Cipriano foi dono
de um fabuloso tesouro, onde se encontravam tanto os seus manuscritos secretos
sobre assuntos místicos e bruxaria, como uma fortuna financeira incalculável,
adquirida através do exercício das suas artes esotéricas.
Cipriano foi autor de diversas obras
e tratados místicos, e era já um feiticeiro respeitado, reputado e temido, quando
foi contactado por um rapaz de nome «Aglaide», ( ou Adelaide).
O rapaz estava ardentemente
apaixonado por uma belíssima donzela Cristã de nome Justina.
Aglaide tinha encontrado o
consentimento dos pais de Justina quanto a um casamento com ela, contudo a
donzela professava uma forte fé cristã e desejava manter a sua pureza,
oferecendo a sua virgindade a Deus. Por esse motivo, Justina recusou-se casar.
Desgostoso mas com forte determinação
em possuir Justine, Adelaide encomendou os serviços de Cipriano, o «mago dos
magos», grande estudioso e sabedor dos conhecimentos do oculto.
Cipriano usou de toda a extensão da
sua bruxaria para fazer Justine cair nas tentações carnais, levando-a a abrir-se e oferecer-se a Aglaide, ao passo que
renunciando á sua fé Cristã.
Cipriano fez uso de diversos
trabalhos malignos, e contudo nenhum deles surtiu qualquer efeito.
Para espanto de Cipriano, todo o
batalhão de feitiços que usava era repelido pela jovem rapariga apenas através
do sinal da cruz e das suas orações
Acostumado a fazer belas moças cair
na tentação da carne e assim a leva-las a entrar pelos caminhos da luxúria,
conquistando-as para si mesmo, ( a favor do diabo, a quem com a perversão lhes
vendia as almas ), ou para as abrir a quem lhe encomendava os serviços de
feitiçaria, Cipriano não consegue entender o que se estava a passar.
Ele encontrou muitas dificuldades,
sendo que pediu ao demónio que perseguisse a jovem e bela Justina, ora
lançando-lhe forte tentação e inflamando-a se desejo carnal, ora atormentando-a
com visões e aparições, ora tentando-a vergar com todo um ardil diabólico, que
ia de doenças, a todo o tipo de enfermidade. Noite após noite, a pedido de
Cipriano, o demónio visitava a jovem
Justina com a sua infernal quantidade de seduções e castigos. Nada resultou.
Cipriano desiludiu-se profundamente
com as suas artes místicas que ate então tinham funcionado tão forte e
infalivelmente, para agora se verem derrotadas por uma mera donzela com fé em
Deus e em Cristo.
Aconselhado por Eusébio, ( um amigo seu), e observando o poder da fé de Justine,
Cipriano concerteu-se ao Cristianismo.
Assim fazendo-o, o
feiticeiro destruiu grande parte das suas obras esotéricas e tratados de magia
negra, assim como ofereceu e distribuiu
todos os seus bens materiais e riquezas aos pobres.
Depois de se converter, Cipriano ainda foi fortemente atormentado por
espíritos de bruxas que o perseguiam, mas teve fé e assim afastou de si tais
aparições que apenas o pretendiam reconduzir aos caminhos da feitiçaria.
Cipriano viveu uma vida de castidade e virtude, vindo a ser ordenado
sacerdote, e mais tarde alcançado a posição de Bispo de Cartagena.
A fama de Cipriano era contudo grande e as notícias da sua conversão ao cristianismo
chegaram á corte do Imperador Diocleciano que á data tinha fixado residência na
Nicomédia.
Cipriano e Justina foram perseguidos,
aprisionados e lavados ao imperador, diante do qual foram forçados a negar a
sua fé. Naquele tempo, muitas das perseguições contra os cristãos visavam fazer
os fiéis abjurar, ou seja, renunciar
á fé em Cristo. A esses cristãos, cuja a vida era poupada, chamavam-se: lapsi
Consta que Justina e Cipriano, foram
por isso violentamente torturados, na tentativa de os levar á «abjuração».
Justina foi despida e chicoteada, ao
passo que Cipriano foi martirizado com um açoite de pentes de ferro.
Mesmo com a carne arrancada do corpo
a cada flagelação do chicote com dentes de ferro, Cipriano não renegou a sua
fé, e Justina manteve-se sofredoramente fiel a Deus.
Conta a lenda, que outros grandes
tormentos foram infligidos a Cipriano e Justina, sendo que ambos saíram ilesos,
por obra de um milagre de Deus.
Perante a recusa de Cipriano e
Justina em renunciar á sua fé, e enraivecido perante o milagre que teimava em
salvar Cipriano e Justina das torturas, o imperador ordenou a sua condenação á
morte.
Cipriano e Justina foram decapitados
a 26 de Setembro de 304 d.C, juntamente com um outro mártir de nome Teotiso.
Aceitaram a sua execução com grande fé e serenidade, tendo falecido com coragem
e dignidade.
Os seus corpos nem sequer foram
sepultados, e ficaram expostos por 6 dias. Um grupo de cristãos comovidos pela
barbaridade, recolheu-os.
Mais tarde, o imperador Cristão
Constantino, (272 – 337 d.C. ), ouviu falar de São Cipriano.
O imperador Constatino foi o primeiro
imperador Romano a confirmar o cristianismo como religião oficial. Diz a lenda
que na noite antes de uma batalha decisiva ás portas de Roma, o imperador
sonhou com uma cruz e ouviu uma voz que lhe disse:«sob este símbolo vencerás».
Constantino interpretou o sonho como
uma mensagem de Deus, e de facto venceu a batalha e conquistou o mais alto
cargo de poder do império romano. Governou o império ate morrer.
Foi Constantino que convocou o
concilio de Niceia, onde se fixou a data da Páscoa crista, assim como se
decidiu sobre a natureza divina de Jesus. Foi também Constantino que através do
Èdito de Constantino, fixou o domingo como dia de descanso cristão, o
correspondente ao Sabbath judaico.
Constantino ordenou que os restos
mortais de Cipriano fossem sepultados na Basílica de São João Latrão,
localizada na praça com o mesmo nome em Roma, que é a catedral do Bispo de
Roma, ou seja: o papa. A basílica de São João de Latrão, (Archibasilica Sanctissimi Salvatoris), é a «mãe» de
todas as igrejas, aquela na qual o Santo Padre exerce o seu mais alto oficio
divino.
A
Basílica de São João de Latrão encontra-se localizada na praça de mesmo nome em
Roma e é a Catedral do Bispo de Roma: o Papa. O seu nome oficial é
«Arquibasílica do Santíssimo Salvador», e
é considerada a "mãe” de todas as igrejas do mundo.
Foi na «Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput»,
( mãe e cabeça de todas as
igrejas do mundo), que São Cipriano, o santo e mártir, encontrou o seu eterno
repouso.
Muitos
dizem:
Na
verdade Cipriano apenas se converteu a Deus para se livrar do falhanço das suas
artes no caso de Justina. A esses respondemos: é verdade que as suas artes
falharam com Justina, e que isso muito desiludiu o santo. E porem: as artes do
santo falharam com Justina porque ela era uma santa destinada á santidade –
conforme o acabou sendo – mas resultaram com Clotilde, com Adelaide , com Elvira, e com tantas outras centenas de casos historicamente
documentados.
Então:
o santo não se entregou aos caminhos de Deus por hipocrisia, mas sim por
ter entendido que Deus é o Senhor de todas as obras do espirito, e por isso
Cipriano entendeu que com Deus todas as artes e caminhos do espirito são
possíveis, e porem sem Deus não há nada que neste mundo possa vencer nem
prevalecer.
Por isso se afirma:
Todo percurso de São
Cipriano é um verdadeiro hino á vida humana no maior esplendor da sua
existência, assim como toda a vida de são Cipriano é uma vida inteiramente
dedicada ás obras do espirito e ao mistério da paixão pelos caminhos do
espirito, e por isso olhai:
do
Diabo a Deus, dos anjos aos demónios, da feitiçaria é fé crista, da magia negra
á magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu.
Do pecado á virtude, da
luxúria á santidade, da riqueza á pobreza, do poder á martirização, se alguém é
digno de um percurso existência completo, rico e enriquecedor, eis que este santo
assim o representa.
Controverso e polémico,
em São Cipriano a própria noção de evolução espiritual através da profunda
vivência das mais diversas realidades espirituais, ( do mais profano excesso, á mais
sacrificada ascese), encontra corpo na vida e obra deste feiticeiro e mártir.
Outras
figuras houveram como ele ao longo da história:
Maria Madalena amava
profundamente a luxúria e era prostituta, uma mulher totalmente entregue ao
prazer da carne, da vaidade e da luxúria, e que mais tarde viria a ser Santa;
Paulo perseguia a matava homens e mulheres inocentes apenas por serem cristãos.
Era um sanguinário predador de homens, um assassino que assistiu á morte de São
Estêvão, (o primeiro mártir), e que perseguiu e matou cristãos na estrada que
conduzia a Damasco, e que depois ascendeu a Santo; Maria Egípcia, viveu na
Alexandria, ( Egipto),
onde se tornou prostituta. Não vendia o corpo pensando em dinheiro, mas apenas
pelo vício do prazer. A quem lhe queria pagar, ela recusava o dinheiro e dizia
que se prostituía apenas para ter quantos homens fosse possível, fazendo de
graça o que lhe dava prazer. Também ela se tornou Santa Maria do Egipto, a
ermitã.
A história está repleta
de santos que foram pecadores, e de grandes pecadores que se tornaram santos.
São Cipriano é também um
desses exemplos da natureza humana em toda a sua complexa extensão:
- de pecador dedicado á feitiçaria, considerado o «mago dos magos»,
apelidado como o «discípulo preferido do Diabo», conquistando pela bruxaria
belas mulheres para as entregar ás mãos do Diabo e da luxúria, e construindo
fortuna com fundamento na pratica do ocultismo, chegou a santo na mais devota e
redentora assunção do termo.
Muito
mais que apenas um feiticeiro, ou apenas um santo: é um símbolo da mais íntima
natureza humana, na sua ampla dualidade. São
Cipriano, foi bruxo de grande poder, bispo de grande sabedoria e santo de
grande nobreza. Por tudo isso, ( e tal como Maria Madalena, que foi pecadora e encontrou a luz em Cristo),
São Cipriano foi um exemplo que redenção e salvação. Os seus saberes contudo,
abrem as portas á magia negra mais poderosa, ou á magia branca mais celestial. Cabe a cada
um de nós, usar os saberes de São Cipriano em consciência, e de acordo com as
nossas escolhas.
São Cipriano ficou famoso tanto pela sua vida de
escândalos e luxúria, como pela pratica da mais poderosa bruxaria, ( que
aprendeu tanto nos templos das Deusas da fertilidade, como com a famosa Bruxa
Évora), como pelos muitos milagres que fez depois de se converter ao cristianismo,
( o que o levou a ser um dos mais bem sucedidos evangelizadores do seu tempo),
e por ultimo pela sua morte como mártir em nome da Fé.
Contam as lendas que São Cipriano, através dos
conhecimentos obtidos com a bruxa Évora, terá feito um pacto com um demónio. Por causa desse pacto,
São Cipriano ter-se-ia entregue a uma
vida de luxúria e pecado, por forma a satisfazer o demónio, entregando belas
mulheres á perdição e perversão das seduções carnais. Desse pacto demoníaco
celebrado por São Cipriano, conta-se que lhe advieram os extensos poderes
mágicos com os quais o bruxo realizou incontáveis trabalhos místicos, que lhe
renderam uma fama sem precedentes.
Dizem algumas fontes, que os manuscritos de São
Cipriano ainda existentes, (que podem ser usados tanto para o bem, como para o
mal), encontram-se conservados na Biblioteca do Vaticano, e que os livros que
presentemente existem no mercado são excertos retirados dessas obras originais.
Nos saberes de São Cipriano, é claro de embora
Cipriano haja renunciado á prática das artes da feitiçaria, ele por vezes podia
ensina-la a quem se encontrava em perigo ou tormentos, a fim de auxiliar essa
pessoa, se assim fazendo-o então o santo conquistasse mais uma alma para a
salvação da cristandade, o que apenas atesta que magia usada para operar em
Deus e a bem da salvação de uma alma cristã, é uma coisa boa e virtuosa.
Seja como for, São Cipriano é um Santo e Bruxo
milagreiro, cujas
as graças já favoreceram milhares de
sofredores por todo o mundo, em todo o tipo de situações mais desesperadas. O
dia de São Cipriano é celebrado a 2 de Outubro, sendo que na última noite desse
mesmo mês, a 31 Outubro( para 1 Novembro, a noite mais
longa do ano), é
celebrado o dia dos mortos, ou o dia das bruxas. O mês 9 de todos os anos, é um mês de profunda tradição
na bruxaria.
E sobre são Cipriano, eis que
muitos por isso perguntam:
Deve-se venerar a são Cipriano
«antes» ou «depois» da sua conversão?
Responde-se:
Deve-se olhar a são Cipriano no
seu «todo», ou seja, deve-se olhar para «todo» o homem e para «toda» a vida do
santo, pois que da mesma forma que não é possível partir um homem ao meio, então também não é possível
conhecer ao santo dividindo-o em dois.
E por isso:
Como se poderá alguma vez
compreender a mensagem e o ensinamento do santo, se não se olhar a «toda» a sua
vida, e a «toda» a sua vivencia?
Acaso será possível ter vinho negando
as uvas? Ou acaso será possível fazer o pão desprezando ao grão da farinha?
Como podereis edificar uma grande casa sem o pequeno tijolo?, pois acaso não é necessário um para construir ao outro?
E então: como podereis entender
á vida de um santo se não olhardes a «toda» a sua vida?, e como podereis compreender á mensagem de um santo se não observardes
«toda» a sua vivencia?, da mesma forma que como podereis entender um livro se
apenas lerdes metade dele, e deitardes fora a outra metade do livro?
E na verdade: como poderia são
Cipriano verdadeiramente ter compreendido que no mundo do espírito não há
Senhor acima de Deus, se o santo não se aprofundasse nas mais obscuras e
ocultas vivencias místicas?, de forma a em certo momento entender que até o
Diabo, ( ele assim o confessou a são Cipriano), é um anjo submetido ao poder de
Deus?, e que nem o poder do maior anjo ou do maior demónio conseguem vencer ao
poder de Deus?, e que todas as coisas estão submissas e submetidas a Deus?, e
que nada sucederá neste mundo se Deus não o permitir?, pois que o poder de Deus
suplanta e supera todos os demais poderes?
E por isso: toda a vida do santo
deve ser olhada, pois que o santo nem negou ás coisas do espírito, nem negou ás coisas da
santidade; E o santo não negou nem ás coisas místicas, nem negou ás coisas de Deus;
E antes porem, o santo tudo isso viveu, e tudo isso vivenciou, para deixar ao
mundo um legado e uma mensagem de fé, e essa mensagem foi tal conforme já nas
escrituras é anunciado, onde assim está escrito:
o SENHOR DOS ESPIRITOS (…) se manifestou
2 Macabeus 3,24
Pois então:
Deus é «Senhor dos espíritos», e
«Deus» é «Senhor» de «todos os espíritos», e «Deus» é «Senhor» de «todas» as
coisas do «mundo do espírito», e por isso no «mundo do espírito» nada dará
fruto se Deus não quiser, e com Deus tudo dará fruto.
E no fundo, era esta uma das
mensagens de são Cipriano, pois que ele que tantos prodígios conseguiu alcançar com as suas magias,
porem acabou concluindo que as suas mais poderosas magias apenas davam fruto
quando Deus permitia, e porem quando Deus não permitia então não havia fruto
possível.
E por isso, eis que assim são
Cipriano acabou observando na sua obra:
«(…) Disse o demónio - Infelizmente nada possa fazer contra o Deus
todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de qualquer movimento»
Obra de S. Cipriano – Pag 22,
Capitulo «Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»
Pois então:
Se não fosse «toda» a vida do
santo, tanto antes como após a sua conversão, então jamais tamanha «chave» lhe
teria sido dada, para que se lhe permitisse verdadeiramente vislumbrar as leis
do mundo do espírito, e assim deixar um legado de sabedoria inigualável.
E por isso, assim se pode entender
da mensagem de são Cipriano:
«Deus» é espírito, e «Deus» é o
«Senhor» dos espíritos, e por isso todas as «coisas do espírito» são de «Deus»,
e todas as coisas do «mundo do espírito» são as coisas do «reino de Deus»; E
por isso, todas as coisas do espírito são boas se vividas em Deus, e todas as
coisas do espírito dão fruto se vividas com Deus, e porem sem Deus não há
prodígios possíveis, e fora de Deus não há maravilhas.
E por isso, são Cipriano falando
das suas artes mágicas e místicas, assim disse na sua obra:
«(…) havemos de notar que tudo
quanto fazemos é em nome de Jesus Cristo»
Obra de são Cipriano;
Instruções a todos os religiosos, Pag. 36
Ou seja: assumiu são Cipriano
que tudo quanto foi feito na sua obra, ( seja magia branca, ou magia negra,
ou encantamento, ou feitiço, ou conjuração, ou invocação), tudo é feito em
Deus, e com Deus; assume por isso são Cipriano, que a «magia» é coisa do
«espírito», e que por isso toda a coisa da «magia» sendo coisa do «espírito» é
coisa do «mundo do espírito», e o «mundo do espírito» é o «reino de Deus», e
por isso não há «magia» que possa dar fruto fora de «Deus», e com «Deus» toda a
«magia» é invencível.
Ou seja, sobre as artes do
espírito, e sobre a magia, e sobre os misticismos, eis que são Cipriano acabou
ensinando tal conforme assim está escrito:
tudo o que Deus criou é bom, e nada é desprezível se tomado com acção de
graças, porque é santificado pela Palavra de Deus e pela oração
1 Timóteo 4,1;4
Pois então: todas as coisas do
mundo do espírito são boas e nenhuma é desprezível, se elas foram vividas em
Deus, e se praticadas com Deus.
E por isso, a todos aqueles que
acusando o santo por causa das suas sabedorias místicas e do espírito, então
julgam poder dividi-lo em «antes» e «depois» da sua conversão, então a esses as
próprias escrituras lhes respondem como assim está revelado:
todas as coisas Te servem a Ti
Salmo 119,91
Pois então:
Deus é Senhor de todas as
coisas, e por isso todas as coisas servem a Deus, e por isso todas as artes do
espírito serão desaconselhadas se praticadas fora de Deus, e porem todas as
artes do espírito, ( sejam elas de magias «negras», ou magias «brancas»,
ou qual for a sua «cor»), eis que todas as artes do espírito são boas e
virtuosas se praticadas com Deus, e em Deus.
E assim sendo:
São Cipriano jamais renegou ás magias e aos portentosos prodígios que delas podem nascer; porem são Cipriano também não negou a Deus, e
converteu-se, e morreu mártir pela fé em Cristo. E por isso, a lição do santo
foi: as magias existem, e são coisas do espírito, e elas darão bom fruto se
forem operadas na fé em Deus, por Deus, e jamais fora de Deus, pois que fora de
Deus não há maravilhas do espírito.
São Cipriano veio assim servir
um novo e diverso pão de esperança, e o santo veio oferecer um novo e amplo
vinho de espiritualidade, e todo esse novo fruto reside no ensinamento de são
Cipriano, e o ensinamento deve ser olhado no «todo» e não apenas na «parte».
Nalgumas doutrinas, são Cipriano é apontado enquanto o santo Padroeiro de magos, magas,
bruxos, bruxas, necromantes, feiticeiras, espíritas, e de todos aqueles homens
de fé que operam nas artes do espírito e do oculto.
Sendo o santo protector desta classe
de homens de fé e ocultistas, são Cipriano assume-se como o santo protector
dessas artes e de seus artificies, sendo que a são Cipriano se pede protecção e
intercedência em todos os empreendimentos místicos e obras do espírito,
procurando sempre que através da intercedência do santo, todos os processos
espirituais sejam bem sucedidos, e porem sempre norteados pela luz de Deus,
pois que como são Cipriano descobriu: com Deus tudo é possível edificar no
espírito, e sem Deus nenhum fruto florescerá no espírito.
+
++++
+
+
Seis breves
apontamentos sobre saberes gerais dos ensinamentos ocultos de S. Cipriano
I
Sobre a natureza da
magia, assim dizem os saberes de S. Cipriano:
«A magia é a arte de submeter as potências da
natureza á vontade humana. Entre essas potências, há as entidades invisíveis,
espíritos, génios, demónios, evocados mediante fórmulas, orações,
encantamentos, talismãs, Pentáculos, filtros, e outros agentes naturais»
Obra de S. Cipriano, pag 222, Capitulo «A
Magia»
II
São 5 os tipos de orações
que São Cipriano ensinou, e servem elas para:
«Para rogar a Deus pelas almas boas; Para
esconjurar os espíritos maus; Para curar moléstias; Para conjurar encantos (…);
Para se fechar uma morada ou um corpo (…)»
Obra de S. Cipriano,
Pag. 37, capitulo «Instruções a todos os religiosos»
III
Sobre a oração,
assim dizem os saberes de S. Cipriano:
«A oração é o meio que o homem
tem para comunicar-se com Deus e com os espíritos»
Obra de S. Cipriano
Pag 391
IV
Segundo os saberes
de S. Cipriano, existem conjuros de Magia Negra, para fins de «mandar os espíritos
tentar qualquer pessoa de quem desejamos qualquer coisa». Devem-se ao
celebrar tais conjuros, respeitar cinco regras, e elas são:
«Não pode ir o conjurador com mais de duas pessoas;
não se pode fazer (..) conjuração senão de noite das onze horas ás duas
horas, e em lugares solitários. (…) o conjurador deverá ir
vestido de preto e nenhuns dos cicunstantes deverá levar sinais sagrados»
Obra de S. Cipriano
Pag 332, Capitulo «Grande Conjuração de Magia Negra»
V
Sobre a bruxaria,
sua natureza, seus poderes e os seus limites, assim dizem os ensinamentos de S.
Cipriano:
*
«Os bruxedos, (…) na sua forma mais pura, é uma
tentativa de (…) fazer
aparecer espíritos benignos ou malignos (…)
Obra de S. Cipriano;
Pag 41, Capitulo «Os bruxedos no tempo de São Cipriano»
*
«Cumpridas as instruções de Lúcifer, Cipriano pode
então apossar-se de Elvira, como pretendera»
Obra de S. Cipriano,
Pag 20, Capitulo «Cipriano e Elvira»
*
«(…)
Disse o demónio - Infelizmente nada
possa fazer contra o Deus todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de
qualquer movimento»
Obra de S. Cipriano – Pag 22, Capitulo
«Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»
*
«O espírito das trevas não teve outra saída senão
explicar francamente a situação (…) O sinal da cruz afastava qualquer demónio e
era justamente aquele sinal que Justina se valia na hora das tentações e das
tribulações»
Obra de S. Cipriano,
Pag 28 Capitulo «Conversão de S. Cipriano»
VI
Dizem o saberes de
S. Cipriano que uma amarração com recurso a magia negra, desperta sobre a sua vitima, tanto tentações
como tribulações, conforme seja necessário para forçar uma certa criatura a
aceitar um fim amoroso que ela não deseja. Desde infortúnios a tentações
carnais, as astúcias demoníacas operam de diversas formas, conforme se pode
ler:
«Aglaide resolveu apelar para outros recursos, e foi
procurar Cipriano, o mago dos magos (…) Atendendo á solicitação, Cipriano
valeu-se de todos os recurso da sua arte magica para satisfazer o moço
enamorado (..) Cipriano fez com que jovem fosse presa de fortes tentações e ficasse apavorada durante noites com aparições (…) Foi aquele demónio a casa
de Justina, procurando excitar-lhe o espírito e acender-lhe os desejos da
carne(…) Perturbada pela influencia
diabólica, Justina (..) sentia incendiar-se-lhe na carne a chama do desejo
(…) a jovem (…) sentiu ímpetos de buscar amante fosse como fosse (..) o
príncipe das trevas(…) vingou-se desencadeando (..) uma série de doenças de toda a sorte»
Obra de S. Cipriano, Pag.s 27-31, Capitulo «
A
Conversão de S. Cipriano»
Através dos seus saberes ocultos, S. Cipriano conseguiu alcançar grandes
prodígios, apossando-se dos amores de Elvira e permitindo que uma bruxa
alcançasse milagroso sucesso nos seus serviços à filha do conde Everaldo de Saboril.
Contra o seu poderio de artes magicas, apenas Santa Justina lhe resistiu
pois que Deus não permitiu que o seu feitiço produzisse fruto. Contudo, mesmo
assim está escrito que:
«(…) os manuscritos que ele escrevera e os
apontamentos da bruxa Èvora, botou-os no fundo
da sua grande arca, pois, apesar de não terem sido fortes o suficiente contra
Deus(…), os reconhecia de portentoso valor e serviriam futuramente (…) »
Obra e vida de S. Cipriano, extraída do
Flos Sanctorum
S. Cipriano ensina nos seus escritos, que perante o tamanho poder do
feitiço e do encantamento da bruxaria, apenas a Deus pode impedir o seu
resultado, pois o santo assim mesmo o observou junto de Santa Justina. Há
excepção disso, o saber oculto de S. Cipriano é capaz de abrir portas a um
poderosíssimo contacto com os espíritos. Os saberes ocultos de S. Cipriano são
por isso e reconhecidamente, uma inigualável fonte de ensinamentos místicos,
que já operaram prodígios e favorecimentos por todo o mundo, através de uma das
maiores autoridades históricas e espirituais no mundo esotérico.
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Eis os 6 ensinamentos basilares que provem
directamente da obra de são Cipriano, e ei-los:
1º Ensinamento:
sobre a fé.
Sobre a fé, na obra de são
Cipriano podemos ler:
«O espírito mau segredou-lhe ao ouvido: tens ainda pouca fé no meu
poder, e é por isso que não achas as pedras de que te falei.»
Obra de são Cipriano, «Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do
Diabo», capitulo 4º, pagina 251
Assim se fica sabendo que apenas
tendo fé no espírito, é possível do espírito retirar a sua obra.
2º
Ensinamento:
sobre a paciência
Sobre a paciência, na obra de são
Cipriano podemos ler:
«[Implorou Siderol]:
perdão, perdão, Lúcifer (…)
[Respondeu Lúcifer]: não te disse já, (…), que na minha lei também é
preciso ter paciência?
»
Obra
de são Cipriano, «Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do Diabo»,
capitulo 8º, pagina 260
Assim se fica sabendo que se
desejamos entregar os destinos de um assunto ás mãos de um espírito, então assim o façamos para
que o espírito dele se encarregue e por ele providencie. Porem, se não temos fé
e paciência para entregar o destino desse assunto ás mãos de um espírito, e tendo-lhe
entregue o assunto ainda assim persistimos em tomar o assunto em nossas mãos,
então de que serviu entregar o problema ás mãos do espírito se persistimos
ainda assim em tratar dele pelas nossas mãos? Uma vez entregue um assunto ao
espírito, deixai então que ele trate do problema pelas suas mãos e não pelas
nossas, porque das nossas mãos mortais nada colheremos, e sabendo deixar operar as mãos
de um espírito ele assim vos dará a chave que abre a porta que não se vos abre.
3º
Ensinamento:
sobre a sacrifico
Sobre sacrifico, na obra de são
Cipriano podemos ler:
«Para que gozes da minha protecção, é necessário que faças algum
sacrifício»
Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do Diabo, capitulo 7º, pagina 260
Pois assim sabemos que nenhum
milagre, nem nenhum prodígio, nem nenhuma protecção do espírito cairá do céu
sem algum sacrifício. E porem, esse sacrifício aliado á fé, será então o grão
de areia que fará a montanha mover-se a vosso favor.
4º
Ensinamento:
sobre Deus
Sobre Deus, assim está escrito na
obra de são Cipriano:
«(…) Disse o demónio - Infelizmente nada possa fazer contra o Deus
todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de qualquer movimento»
Obra de S. Cipriano – Pag 22,
Capitulo «Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»
Por isso assim se sabe que aquilo
que Deus aceitar firmar ele firmará, porem aquilo que Deus não aceitar decretar
ele não decretará, e esta é a lei. Assim ensina são Cipriano que quando desejais
a mais forte das magias, lembrai-vos de Balaão e de são Cipriano, e assim não
caia o vosso apelo em orações fúteis e fé mal guiada, mas antes dirigi-vos a um
altar onde os santos de Deus são venerados, pois que apenas através de um santo
de Deus podereis obter permissão para que tanto anjos, (magia branca), como
demónios, (magia negra), actuem em vosso favor, pois que apenas através da
autoridade de Deus se podem tais prodígios firmar, e todo o santo de deus
apenas a Deus clama para abrir caminhos, seja na magia branca, ou na magia
negra.
5º
Ensinamento:
sobre a oração
Sobre a oração, assim está
escrito na obra de são Cipriano:
«A oração é o meio que o homem tem para comunicar-se com Deus e com os espíritos»
Obra de S. Cipriano Pag 391
Pois assim se sabe que é na
oração, proferida com fé numa casa de oração e num altar dedicado a um santo de
Deus como é são Cipriano, em que muitas orações se juntam clamando em todo o
seu poder, que todos os prodígios são possíveis, e fora da oração e da fé
expressas numa casa de oração e num altar de um santo de Deus, pouco será
alcançado pois que assim são Cipriano ensinou.
6º
Ensinamento:
sobre as instruções
Sobre o cumprimento das
instruções de um trabalho espiritual, assim diz a obra de são Cipriano:
«Cumpridas as instruções de Lúcifer, Cipriano pode
então apossar-se de Elvira, como pretendera»
Obra de S. Cipriano, Pag 20, Capitulo «Cipriano e
Elvira»
Pois assim se sabe que apenas
cumprindo com rigor as instruções de um espírito, então será possível colher o
fruto da acção desse espírito. Respeitai a instrução e podereis ter o benefício
do espírito, porem desrespeitai a instruções do espírito e nada vos será dado, mas
apenas tirado.
Em
resumo:
Ensinamento geral sobre os
saberes de são Cipriano
Sobre os saberes de são Cipriano,
assim diz a obra de são Cipriano:
«(…) os manuscritos que ele escrevera e os
apontamentos da bruxa Èvora,
botou-os no fundo da sua grande arca, pois, apesar de não terem sido fortes o
suficiente contra Deus(…), os reconhecia de portentoso valor»
Obra e vida de S. Cipriano, extraída do Flos Sanctorum
Eis por isso que são portentosos
e valorosos os saberes de são Cipriano, e se os usais conforme estas 6 regras,
eis que eles vos responderão sem falhas, e sempre conforme estes 6 ensinamentos
aqui revelados por são Cipriano.
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Eis 4 breves sabedorias espirituais da obra de são
Cipriano:
1- Sobre a magia, sobre o mundo
do espírito e sobre Deus, assim está escrito na obra de são Cipriano:
[respondeu são Cipriano] Amanha, á nona hora, vai ter comigo ao templo
dos cristãos, que te apresentarei ao presbítero Eugénio, para que te dê as aguas lustrais, e logo te direi o
segredo que torna essa magia infalível (…)
De manha estando [ são Cipriano] na igreja com o
presbitério, viu entrar a bruxa que correu a beijar os pés do sacerdote. Em
seguida foi baptizada, e no fim da cerimónia chamou-a Cipriano e deu-lhe um
pergaminho quadrado onde estava escrita a seguinte oração: «faz 3 vezes o sinal da cruz (…)» (…)
Logo que a feiticeira acabou de rezar a oração (…) o duque vestiu o fato
defumado pela bruxa, prostrou-se aos pés da duquesa a pedir perdão pelas suas
leviandades. No dia seguinte, tirou um olho á amante e desprezou-a
Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor;
capitulo 16º; Pag. 311
Ensina são Cipriano na sua obra
que a oração, e o sinal da cruz, ( ou seja: o poder de Deus), é a chave que faz a magia operar os seus prodígios,
e que se alguma magia for infalível ela apenas o é se o poder de Deus a firmar
e sustentar;
E assim, eis que são Cipriano
ensina que essa, ( a fé na oração e Deus), é a chave
para Deus poder aceitar firmar aquilo que é clamado, rogado e pedido numa
magia, feitiço, conjuro ou encantamento, ensinando também que é em Deus que
reside o poder de qualquer prodígio de magia branca ou negra, ou seja, de
bênçãos ou maldições.
2- Em assuntos de amor ou de
família, assim está revelado na obra de são Cipriano:
Pelas chagas de Cristo, juro que (…) se faço isto é pelo muito amor que
lhe consagro e para que não tome afeição a outra mulher
Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor;
capitulo 1º
Pois assim se fica sabendo que quem
procura magia branca ou negra em assunto de amor, se o fizer por bem e por
amor, então não está ofendendo a Deus e está apelando ao seu imparável poder.
3- Em assuntos de males malignos
que afectam as vidas do sofredor e lhe trazem apenas contratempos, padecimentos
e tribulações, assim está revelado na obra de são Cipriano:
Os verdadeiros e eficazes remédios são os de que usa a igreja, e estes
são: o sinal da cruz; a invocação dos santíssimos nomes de Jesus e Maria; os
exorcismos; os jejuns; as orações; as esconjurações; as relíquias de santos; a
bênção das casas; aspersões de água benta
Obra de são Cipriano; Remédios contra os espíritos; Pag 272
Pois assim se conhecem os
verdadeiros remédios que no altar de são Cipriano são usados para ajudar todo
aquele que vê a sua vida destruída pelo mal e o maligno que brota dos maus
corações
4- Sobre como são Cipriano actua
em Cristo e na cristandade, assim está escrito na obra de são Cipriano:
Socorro-te porque a minha religião que é a cristã, diz que todos são
filhos do mesmo Deus Omnipotente, e que não se deve perguntar as crenças ao
irmão que sofre (…) Sou Cipriano, o antigo feiticeiro, mas logo que senti a
água do baptismo, não posso mais usar da magia; mas já que é para o bem e
alcanço uma alma para a cristandade, dir-te-ei o modo como se faz essa coisa
que em vão tens preparado
Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor;
capitulo 16º;pag311
Pois assim se sabe que mesmo já
convertido ao cristianismo, pela cristandade são Cipriano acorreu aos que
procuravam solução na magia e no mundo dos espíritos, ensinando-lhes os mais
poderosos saberes, e porem evangelizando e afirmando sem equívocos que nenhum
prodígio pode ocorrer sem que Deus o permita, e sem que Deus o aceite, pois
apenas Deus tem poder sobre todas as coisas, ate mesmo sobre a magia branca e a
magia negra.
Eis por isso que são Cipriano é
fonte de portentosos saberes, e porem eis que o santo assim o ensinou que sem
Deus, fora de Deus, sem a anuência de Deus, e sem a lei de deus…. nenhum prodígio ocorre nem sucederá.
Por isso ensina são Cipriano:
Se
procurais auxílio nas magias brancas ou negras, procurai-o num santo de Deus,
na intercedência do santo junto de Deus, e através da anuência de Deus, pois
apenas no Senhor e na sua palavra revelada nas escrituras poderá um
encantamento, feitiço, magia ou intercedência operar os seus fins.
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Se mais deseja saber sobre São Cipriano não na sua obra oculta, mas na
sua santidade:
PAPA
BENTO XVI
AUDIÊNCIA
GERAL
Quarta-feira,
6 de Junho de 2007
São Cipriano
Queridos irmãos e irmãs!
Na série das nossas catequeses sobre as
grandes personalidades da Igreja antiga, chegamos hoje a um excelente Bispo
africano do século III, São Cipriano, que "foi o primeiro bispo que na
África conseguiu a coroa do martírio". Em primeiro lugar a sua fama como
afirma o diácono Pôncio, o primeiro que escreveu a sua vida está relacionada
com a produção literária e com a actividade pastoral dos treze anos que
decorrem entre a sua conversão e o martírio (cf. Vida 19, 1; 1, 1).
Nascido em Cartagena numa família pagã
rica, depois de uma juventude dissipada Cipriano converte-se ao cristianismo
com 35 anos. Ele mesmo narra o seu percurso espiritual: "Quando ainda
jazia como que numa noite escura", escreve alguns meses depois do
baptismo,"parecia-me extremamente difícil e cansativo realizar o que a
misericórdia de Deus me propunha... Estava ligado a muitíssimos erros da minha
vida passada, e não pensava que me podia libertar, porque cedia aos vícios e
favorecia os meus maus desejos... Mas depois, com a ajuda da água regeneradora,
foi lavada a miséria da minha vida precedente; uma luz soberana difundiu-se no
meu coração; um segundo nascimento restaurou-me num ser totalmente novo. De
modo maravilhoso começou então a dissipar-se qualquer dúvida... Compreendia
claramente que era terreno o que antes vivia em mim, na escravidão dos vícios
da carne, e era ao contrário divino e celeste o que o Espírito Santo já tinha
gerado em mim" (A Donato, 3-4).
Logo depois da conversão, Cipriano não
sem invejas nem resistências é eleito para o cargo sacerdotal e para a
dignidade de Bispo. No breve período do seu episcopado enfrenta as primeiras
duas perseguições sancionadas por um edito
imperial, o de Décio (250) e o de Valeriano
(257-258). Depois da perseguição particularmente cruel de Décio,
o Bispo teve que se comprometer corajosamente para reconduzir a comunidade
cristã à disciplina. De facto, muitos fiéis tinham abjurado, ou contudo não
tinham tido um comportamento correcto diante da prova. Eram os chamados lapsi
isto é "que caíram" que desejavam ardentemente reentrar na
comunidade. O debate sobre a sua readmissão chegou a dividir os cristãos de
Cartagena em laxistas e rigorosos. A estas dificuldades é necessário
acrescentar uma grave peste que assolou a África e colocou interrogações
teológicas angustiantes quer no interior da comunidade quer em relação aos
pagãos.
Por fim, é necessário recordar a
controvérsia entre Cipriano e o Bispo de Roma, Estêvão, sobre a validez do
baptismo administrado aos pagãos por cristãos hereges.
Nestas circunstâncias realmente
difíceis Cipriano revelou dotes eleitos de governo: foi severo, mas não
inflexível com os lapsi, concedendo-lhes a possibilidade de perdão depois
de uma penitência exemplar; perante Roma foi firme na defesa das tradições
sadias da Igreja africana; foi muito humano e repleto do mais autêntico
espírito evangélico ao exortar os cristãos a ajudar fraternalmente os pagãos
durante a peste; soube manter a medida justa ao recordar aos fiéis demasiado
receosos de perder a vida e os bens terrenos que para eles a verdadeira vida e
os verdadeiros bens não são deste mundo; foi irremovível ao combater os
costumes corruptos e os pecados que devastavam a vida moral, sobretudo a
avareza. "Passava assim os seus dias", narra a este ponto o diácono
Pôncio, "quando eis que por ordem do pró-cônsul
chegou improvisamente à sua cidade o chefe da polícia" (Vida,
15, 1). Naquele dia o santo bispo foi preso, e depois de um breve
interrogatório enfrentou corajosamente o martírio no meio do seu povo.
Cipriano compôs numerosos tratados e
cartas, sempre ligados ao seu ministério pastoral. Pouco inclinado para a
especulação teológica, escrevia sobretudo para a edificação da comunidade e
para o bom comportamento dos fiéis.
De facto, a Igreja é o tema que lhe é
mais querido. Distingue entre Igreja
visível, hierarquia, e Igreja invisível, mística, mas afirma com
vigor que a Igreja é uma só, fundada sobre Pedro. Não se cansa de repetir que
"quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja,
ilude-se de permanecer na Igreja" (A unidade da Igreja católica,
4). Cipriano sabe bem, e formulou-o com palavras fortes, que "fora da
Igreja não há salvação" (Epístola 4, 4 e 73, 21), e que "não
pode ter Deus como pai quem não tem a Igreja como mãe" (A unidade da
Igreja católica, 4).
Característica irrenunciável da Igreja
é a unidade, simbolizada pela túnica de Cristo sem costuras (ibid., 7): unidade da qual
diz que encontra o seu fundamento em Pedro (ibid., 4) e a sua
realização perfeita na Eucaristia (Epístola 63, 13). "Há um só
Deus, um só Cristo", admoesta Cipriano, "uma só é a Igreja, uma só a
fé, um só povo cristão, estreitado em firme unidade pelo cimento da concórdia:
e não se pode separar o que é uno por natureza" (A unidade da Igreja
católica, 23).
Falámos do seu pensamento em relação à
Igreja, mas não se deve descuidar, por fim, o ensinamento de Cipriano sobre a
oração. Eu amo particularmente o seu livro sobre "o Pai Nosso",
que muito me ajudou a compreender melhor e a recitar melhor a "oração do
Senhor": Cipriano ensina como precisamente no "Pai Nosso"
é proporcionado ao cristão o modo correcto de rezar; e ressalta que esta oração
está no plural, "para que quem reza não reze unicamente para si. A nossa
oração escreve é pública e comunitária e, quando nós rezamos, não rezamos por
um só, mas por todo o povo, porque com todo o povo somos uma coisa só" (A
adoração do Senhor 8). Assim oração pessoal e litúrgica mostram-se robustamente
ligadas entre si. A sua unidade provém do
facto que elas respondem à mesma Palavra de Deus. O cristão não diz "meu
Pai", mas "Pai
nosso", até no segredo do quarto
fechado, porque sabe que em cada lugar, em cada circunstância, ele é membro de
um mesmo Corpo.
"Portanto, rezemos irmãos
amadíssimos", escreve o Bispo de Cartagena, "como Deus, o Mestre, nos
ensinou. É oração confidencial e íntima rezar a Deus com o que é seu, elevar
aos seus ouvidos a oração de Cristo. Reconheça o Pai as palavras de seu Filho,
quando dizemos uma oração: aquele que habita interiormente no ânimo esteja
presente também na voz... Quando se reza, além disso, adopte-se um modo de
falar e de rezar que, com disciplina, mantenha a calma e a discrição.
Consideremos que estamos diante do olhar de Deus. É preciso ser agradáveis aos
olhos divinos tanto com a atitude do corpo como com a tonalidade da voz... E
quando nos reunimos juntamente com os irmãos e celebramos os sacrifícios
divinos com o sacerdote de Deus, devemos recordar-nos do temor reverencial e da
disciplina, não dispersar as nossas orações com vozes descompostas, nem fazer
com tumultuosa verbosidade um pedido que deve ser recomendado a Deus com moderação,
porque Deus ouve não a voz, mas o coração (non
vocis sed
cordis auditor est)"
(3-4). Trata-se de palavras que permanecem válidas também hoje e nos ajudam a
celebrar bem a Santa Liturgia.
Em conclusão, Cipriano coloca-se nas
origens daquela fecunda tradição teológico-espiritual
que vê no "coração" o lugar privilegiado da oração. Segundo a Bíblia
e os Padres, de facto, o coração é o íntimo do homem, o lugar onde habita Deus.
Nele se realiza aquele encontro no qual Deus fala ao homem, e o homem escuta
Deus; o homem fala a Deus, e Deus ouve o homem: tudo isto através da única
Palavra divina. Precisamente neste sentido fazendo eco a Cipriano Smaragdo,
abade de São Miguel em Mosa nos primeiros anos do século IX, afirma que a
oração "é obra do coração, dos lábios, porque Deus não vê as palavras, mas
o coração do orante"(O
Diadema dos monges, 1).
Caríssimos, façamos nosso
este "coração em escuta", do qual nos falam a
Bíblia (cf. 1 Rs 3, 9) e os Padres: temos disso tanta necessidade!
Só assim poderemos experimentar em plenitude que Deus é o nosso Pai, e que a
Igreja, a santa Esposa de Cristo, é verdadeiramente a nossa Mãe.
*
* *
Saudações
Uma saudação especial aos peregrinos
vindos de Portugal, especialmente o grupo de jovens do Arciprestado de Carrazeda de Ansiães, e do Brasil um grupo de
visitantes. Que a visita à cidade onde foram martirizados os Apóstolos São
Pedro e São Paulo reavive a vossa fé em Cristo Jesus, que por amor nos redimiu
e nos chamou a ser filhos de Deus e a viver como irmãos na justiça e na paz. A
todos, de coração, dou a minha Bênção, que faço extensiva aos vossos familiares
e amigos.
Este site abaixo sita como a Fonte: Vaticano, O santo padre, audiências do Santo Padre, em http://212.77.1.243/index.htm
Fonte: Internet - http://www.magianegra.com.pt/sao_%20cipriano.htm