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terça-feira

SÃO CIPRIANO DE MAGO, BRUXO A SANTO DE DEUS




São Cipriano
O Mago dos Magos, o Santo de Deus
Tascius Caecilius Cyprianus, nasceu na cidade de Antioquia.
Antioquia era uma cidade antiga erguida na margem esquerda do rio Orontes, na Turquia. Foi nesta cidade que, quando o Cristianismo era apenas uma pequena seita religiosa,  Paulo pregou o seu primeiro sermão numa Sinagoga, e foi também aqui que os seguidores de Jesus foram chamados de Cristãos pela primeira vez.
Historicamente, há quem defenda que São Cipriano Bispo de Cartago, ( Cartago, o coração do grande império fenício que existiu no Norte de Africa e que rivalizou com o império romano pelo controlo do mediterrâneo) e são Cipriano de Antioquia,( de cognome «o feiticeiro», ou «o mago dos magos»), nascido na cidade que existiu na zona entre Turquia e Síria, e que era chama «a mais bela cidade do oriente», são figuras históricas totalmente distintas. Ao contrario, muitas outras fontes afirmam que São Cipriano o Bispo de Cartago, e São Cipriano «o Feiticeiro», se tratam da mesma figura histórica, sendo que por motivos de ocultação da vida pecaminosa de São Cipriano antes da sua conversão, se procurou criar a ideia que o São Cipriano santificado era uma figura totalmente distinta do São Cipriano o bruxo, assim retirando de São Cipriano o Bispo e o Santo, a pesada macula de todos os seus anteriores pecados. São teses históricas, umas mais defensáveis que outras, mas que de qualquer das formas são unânimes em confirmar a existência de São Cipriano. Cremos pessoalmente, que tal como afirmam as mais ilustres obras que versam sobre São Cipriano, que Cipriano o Bispo de Cartago, e Cipriano o Bruxo, são a mesma pessoa.

Quanto a São Cipriano de Antioquia, o bruxo e santo:
antiquoiaAntioquia era a terceira maior cidade do império romano, conhecida pela sua depravação. Nesta metrópole conhecida por "Antioquia, a bela", ou a "rainha do Oriente", ( tal era a beleza da arte romana e do luxo oriental que se fundiam num cenário deslumbrante), a população era maioritariamente romano -helénica, e o culto dos deuses era a religião oficial. Alguns dos cultos religiosos estavam associados a deusas do amor e da fertilidade, pelo que a lascívia, perversão e a libertinagem eram famosas nesta cidade.
Foi neste ambiente religioso e cultural que Cipriano nasceu, havendo sido admitido num dos templos sagrados da cidade para realizar os seus estudos sacerdotais e místicos.
Filho de Edeso, ( pai), e Cledónia , ( mãe), Cipriano nutria uma verdadeira vocação e gosto pelos estudos místicos e religiosos. Assim, Cipriano dedicou a sua vida ao estudo das ciências ocultas, sendo que ficou conhecido pelo epíteto de o «feiticeiro». Cipriano alcançou grande fama e o seu nome foi reconhecido enquanto um poderoso feiticeiro, capaz de grandes prodígios.
Cipriano nasceu em 250 d.C. Era descendente de uma prospera família e  filho de pais abastados e crentes das divindades pagas , que cedo o entregaram ao sacerdócio de Deuses.  
Cipriano entrou assim em contacto com as ciências ocultas, e aprofundou afincadamente os seus estudos de feitiçaria, rituais sacrificiais e invocações de espíritos, astrologia, numerologia, etc.
Cipriano é por isso conhecido pelo «mago da fenícia», ou o grande mago «fenício», pois que é nas artes da magia fenícia que Cipriano é instruído, e são essas artes de magia fenícia que são ministradas a Cipriano, ou seja, Cipriano fica desde jovem conhecedor dos segredos do culto aos Deuses fenícios conforme eles eram ministrados nos templos pagãos da Fenícia, templos esses a quem até Salomão havia prestado culto e aprendido com os seus segredos ocultos.
Cipriano não se limita aos seus estudos no sacerdócio de magia fenícia, e desejando aprofundar os seus estudos ocultos,viaja pelo Egipto e pela Grécia, angariando conhecimento com vários mestres e sacerdotes místicos; Cipriano estuda desde as mais ancestrais técnicas astrológicas, á numerologia hebraica, e demais artes místicas e mistérios sacrificiais.
A sede de conhecimento místico de Cipriano era insaciável, e por isso contam-se historias lendárias de como ainda sendo bruxo, Cipriano – não hesitando em fazer o que quer que fosse para aprender segredos místicos – Cipriano fez-se passar por clérigo para obter conseguir obter segredos mágicos de fieis tementes a Deus, numa sede imparável por saber oculto que não se refreava diante de nada para aprofundar o saber místico. 
Cipriano é conhecido no seu tempo como o «mago da fenícia», ou «o grande mago fenício». O império fenício era um império essencialmente de natureza marítima e comercial, sendo que os fenícios eram os maiores e mais prósperos comerciantes do seu tempo. O império fenício expandiu-se em rotas comerciais que vão desde a antiga Canaã – nas zonas litorais do Líbano, Síria e norte de Israel – mais para norte – até Chipre e Turquia – e mais a sul por toda a costa mediterrânica, passando pelo litoral Egípcio, por Cartago, pela Itália, pela Grécia, por Marrocos, estendendo-se até á península hibérnica. O alfabeto fonético fenício é considerado o ancestral de todos os alfabetos modernos, assim se demonstrando o grau de elevação cultural deste povo. A civilização fenícia – tal como a Canaanita – era conhecedora de grande e profundos conhecimentos esotéricos, religiosos e místicos, sendo as mais conhecidas das suas cidades aquelas mencionadas na Bíblia, ou seja: Tiro, Sídon e Biblos. Os deuses fenícios foram adorados também pelo rei hebraico Salomão, que se diz ter ficado – tal como Cipriano – detentor dos seus segredos, e assim ter sido o mais próspero rei do seu tempo. Serve isto para explicar o meio histórico e religioso em que Cipriano viveu, e que lhe permitiu ter acesso aos grandes segredos místicos dos Fenícios, dos seus deuses e das suas práticas esotéricas e religiosas.

Por volta dos seus 30 anos, Cipriano encontra-se estabelecido na Babilónia, onde encontra a bruxa Èvora.
Estudando com ela, Cipriano desenvolve as artes da bruxaria segundo as tradições místicas dos Caldeus.
Após o falecimento da Bruxa Évora, Cipriano herda os manuscritos esotéricos da Bruxa Évora, dos quais extrai muita da sua sabedoria oculta.
Ao fim de algum tempo, Cipriano já domina as artes das ciências de magia negra, contactando demónios.
Diz-se que se tornou amigo íntimo de Trevozos, para os quais conseguia angariar a perdição de muitas belas e jovens mulheres, o que muito agradava aos negativos, que em troca lhe concediam grandes poderes sobrenaturais.

Com os poderes infernais que lhe advinham que dialogar directamente com os trevosos e pedir-lhes a concretização de favores, Cipriano construiu uma carreira de bruxo com grande fama,  produzindo grandes feitos, o que lhe valeu uma imprecedível reputação de grande feiticeiro ou mago.
Muitas pessoas de todos os quadrantes geográficos procuravam os seus serviços místicos e os seus ganhos financeiros eram assinaláveis.  São Cipriano viveu assim uma vida de bruxarias e riquezas, sendo que dizem certas lendas que São Cipriano foi dono de um fabuloso tesouro, onde se encontravam tanto os seus manuscritos secretos sobre assuntos místicos e bruxaria, como uma fortuna financeira incalculável, adquirida através do exercício das suas artes esotéricas.

Cipriano foi autor de diversas obras e tratados místicos, e era já um feiticeiro respeitado, reputado e temido, quando foi contactado por um rapaz de nome «Aglaide», ( ou Adelaide).
O rapaz estava ardentemente apaixonado por uma belíssima donzela Cristã de nome Justina.
Aglaide tinha encontrado o consentimento dos pais de Justina quanto a um casamento com ela, contudo a donzela professava uma forte fé cristã e desejava manter a sua pureza, oferecendo a sua virgindade a Deus. Por esse motivo, Justina recusou-se casar.
Desgostoso mas com forte determinação em possuir Justine, Adelaide encomendou os serviços de Cipriano, o «mago dos magos», grande estudioso e sabedor dos conhecimentos do oculto.
Cipriano usou de toda a extensão da sua bruxaria para fazer Justine cair nas tentações carnais, levando-a a abrir-se  e oferecer-se a Aglaide, ao passo que renunciando á sua fé Cristã.
Cipriano fez uso de diversos trabalhos malignos, e contudo nenhum deles surtiu qualquer efeito.
Para espanto de Cipriano, todo o batalhão de feitiços que usava era repelido pela jovem rapariga apenas através do sinal da cruz e das suas orações

Acostumado a fazer belas moças cair na tentação da carne e assim a leva-las a entrar pelos caminhos da luxúria, conquistando-as para si mesmo, ( a favor do diabo, a quem com a perversão lhes vendia as almas ), ou para as abrir a quem lhe encomendava os serviços de feitiçaria, Cipriano não consegue entender o que se estava a passar.
Ele encontrou muitas dificuldades, sendo que pediu ao demónio que perseguisse a jovem e bela Justina, ora lançando-lhe forte tentação e inflamando-a se desejo carnal, ora atormentando-a com visões e aparições, ora tentando-a vergar com todo um ardil diabólico, que ia de doenças, a todo o tipo de enfermidade. Noite após noite, a pedido de Cipriano, o demónio  visitava a jovem Justina com a sua infernal quantidade de seduções e castigos. Nada resultou.
Cipriano desiludiu-se profundamente com as suas artes místicas que ate então tinham funcionado tão forte e infalivelmente, para agora se verem derrotadas por uma mera donzela com fé em Deus e em Cristo.


Aconselhado por Eusébio, ( um amigo seu), e observando o poder da fé de Justine, Cipriano concerteu-se ao Cristianismo.

Assim fazendo-o, o feiticeiro destruiu grande parte das suas obras esotéricas e tratados de magia negra, assim como  ofereceu e distribuiu todos os seus bens materiais e riquezas aos pobres.

Depois de se converter, Cipriano ainda foi fortemente atormentado por espíritos de bruxas que o perseguiam, mas teve fé e assim afastou de si tais aparições que apenas o pretendiam reconduzir aos caminhos da feitiçaria.

Cipriano viveu uma vida de castidade e virtude, vindo a ser ordenado sacerdote, e mais tarde alcançado a posição de Bispo de Cartagena.

A fama de Cipriano era contudo grande e as notícias da sua conversão ao cristianismo chegaram á corte do Imperador Diocleciano que á data tinha fixado residência na Nicomédia.

Cipriano e Justina foram perseguidos, aprisionados e lavados ao imperador, diante do qual foram forçados a negar a sua fé. Naquele tempo, muitas das perseguições contra os cristãos visavam fazer os fiéis abjurar, ou seja, renunciar á fé em Cristo. A esses cristãos, cuja a vida era poupada, chamavam-se: lapsi 

Consta que Justina e Cipriano, foram por isso violentamente torturados, na tentativa de os levar á «abjuração».

Justina foi despida e chicoteada, ao passo que Cipriano foi martirizado com um açoite de pentes de ferro.
Mesmo com a carne arrancada do corpo a cada flagelação do chicote com dentes de ferro, Cipriano não renegou a sua fé, e Justina manteve-se sofredoramente fiel a Deus.
Conta a lenda, que outros grandes tormentos foram infligidos a Cipriano e Justina, sendo que ambos saíram ilesos, por obra de um milagre de Deus.
Perante a recusa de Cipriano e Justina em renunciar á sua fé, e enraivecido perante o milagre que teimava em salvar Cipriano e Justina das torturas, o imperador ordenou a sua condenação á morte.
Cipriano e Justina foram decapitados a 26 de Setembro de 304 d.C, juntamente com um outro mártir de nome Teotiso. Aceitaram a sua execução com grande fé e serenidade, tendo falecido com coragem e dignidade.
Os seus corpos nem sequer foram sepultados, e ficaram expostos por 6 dias. Um grupo de cristãos comovidos pela barbaridade, recolheu-os.
Mais tarde, o imperador Cristão Constantino, (272 – 337 d.C. ), ouviu falar de São Cipriano.
O imperador Constatino foi o primeiro imperador Romano a confirmar o cristianismo como religião oficial. Diz a lenda que na noite antes de uma batalha decisiva ás portas de Roma, o imperador sonhou com uma cruz e ouviu uma voz que lhe disse:«sob este símbolo vencerás».
Constantino interpretou o sonho como uma mensagem de Deus, e de facto venceu a batalha e conquistou o mais alto cargo de poder do império romano. Governou o império ate morrer.
Foi Constantino que convocou o concilio de Niceia, onde se fixou a data da Páscoa crista, assim como se decidiu sobre a natureza divina de Jesus. Foi também Constantino que através do Èdito de Constantino, fixou o domingo como dia de descanso cristão, o correspondente ao Sabbath judaico.
Constantino ordenou que os restos mortais de Cipriano fossem sepultados na Basílica de São João Latrão, localizada na praça com o mesmo nome em Roma, que é a catedral do Bispo de Roma, ou seja: o papa. A basílica de São João de Latrão, (Archibasilica Sanctissimi Salvatoris), é a «mãe» de todas as igrejas, aquela na qual o Santo Padre exerce o seu mais alto oficio divino.
A Basílica de São João de Latrão encontra-se localizada na praça de mesmo nome em Roma e é a Catedral do Bispo de Roma: o Papa. O seu nome oficial é «Arquibasílica do Santíssimo Salvador»,  e é considerada a "mãe” de todas as igrejas do mundo.
Foi na «Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput», ( mãe e cabeça de todas as igrejas do mundo), que São Cipriano, o santo e mártir, encontrou o seu eterno repouso.
Muitos dizem:
Na verdade Cipriano apenas se converteu a Deus para se livrar do falhanço das suas artes no caso de Justina. A esses respondemos: é verdade que as suas artes falharam com Justina, e que isso muito desiludiu o santo. E porem: as artes do santo falharam com Justina porque ela era uma santa destinada á santidade – conforme o acabou sendo – mas resultaram com Clotilde, com Adelaide , com Elvira, e com tantas outras centenas de casos historicamente documentados.
Então:
o santo não se entregou aos caminhos de Deus por hipocrisia, mas sim por ter entendido que Deus é o Senhor de todas as obras do espirito, e por isso Cipriano entendeu que com Deus todas as artes e caminhos do espirito são possíveis, e porem sem Deus não há nada que neste mundo possa vencer nem prevalecer.
Por isso se afirma:
Todo percurso de São Cipriano é um verdadeiro hino á vida humana no maior esplendor da sua existência, assim como toda a vida de são Cipriano é uma vida inteiramente dedicada ás obras do espirito e ao mistério da paixão pelos caminhos do espirito, e por isso olhai:
do Diabo a Deus, dos anjos aos demónios, da feitiçaria é fé crista, da magia negra á magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu.
Do pecado á virtude, da luxúria á santidade, da riqueza á pobreza, do poder á martirização, se alguém é digno de um percurso existência completo, rico e enriquecedor, eis que este santo assim o representa.
Controverso e polémico, em São Cipriano a própria noção de evolução espiritual através da profunda vivência das mais diversas realidades espirituais, ( do mais profano excesso,  á mais sacrificada ascese), encontra corpo na vida e obra deste feiticeiro e mártir.
Outras figuras houveram como ele ao longo da história:
Maria Madalena amava profundamente a luxúria e era prostituta, uma mulher totalmente entregue ao prazer da carne, da vaidade e da luxúria, e que mais tarde viria a ser Santa; Paulo perseguia a matava homens e mulheres inocentes apenas por serem cristãos. Era um sanguinário predador de homens, um assassino que assistiu á morte de São Estêvão, (o primeiro mártir), e que perseguiu e matou cristãos na estrada que conduzia a Damasco, e que depois ascendeu a Santo; Maria Egípcia, viveu na Alexandria, ( Egipto), onde se tornou prostituta. Não vendia o corpo pensando em dinheiro, mas apenas pelo vício do prazer. A quem lhe queria pagar, ela recusava o dinheiro e dizia que se prostituía apenas para ter quantos homens fosse possível, fazendo de graça o que lhe dava prazer. Também ela se tornou Santa Maria do Egipto, a ermitã.
A história está repleta de santos que foram pecadores, e de grandes pecadores que se tornaram santos.
São Cipriano é também um desses exemplos da natureza humana em toda a sua complexa extensão:
- de pecador dedicado á feitiçaria, considerado o «mago dos magos», apelidado como o «discípulo preferido do Diabo», conquistando pela bruxaria belas mulheres para as entregar ás mãos do Diabo e da luxúria, e construindo fortuna com fundamento na pratica do ocultismo, chegou a santo na mais devota e redentora assunção do termo.
Muito mais que apenas um feiticeiro, ou apenas um santo: é um símbolo da mais íntima natureza humana, na sua ampla dualidade. São Cipriano, foi bruxo de grande poder, bispo de grande sabedoria e santo de grande nobreza. Por tudo isso, ( e tal como Maria Madalena, que foi pecadora e encontrou a luz em Cristo), São Cipriano foi um exemplo que redenção e salvação. Os seus saberes contudo, abrem as portas á magia negra mais poderosa, ou á magia branca mais celestial.  Cabe a cada um de nós, usar os saberes de São Cipriano em consciência, e de acordo com as nossas escolhas.

São Cipriano ficou famoso tanto pela sua vida de escândalos e luxúria, como pela pratica da mais poderosa bruxaria, ( que aprendeu tanto nos templos das Deusas da fertilidade, como com a famosa Bruxa Évora), como pelos muitos milagres que fez depois de se converter ao cristianismo, ( o que o levou a ser um dos mais bem sucedidos evangelizadores do seu tempo), e por ultimo pela sua morte como mártir em nome da Fé.

Contam as lendas que São Cipriano, através dos conhecimentos obtidos com a bruxa Évora,  terá feito um pacto com um demónio. Por causa desse pacto,  São Cipriano ter-se-ia entregue a uma vida de luxúria e pecado, por forma a satisfazer o demónio, entregando belas mulheres á perdição e perversão das seduções carnais. Desse pacto demoníaco celebrado por São Cipriano, conta-se que lhe advieram os extensos poderes mágicos com os quais o bruxo realizou incontáveis trabalhos místicos, que lhe renderam uma fama sem precedentes. 

Dizem algumas fontes, que os manuscritos de São Cipriano ainda existentes, (que podem ser usados tanto para o bem, como para o mal), encontram-se conservados na Biblioteca do Vaticano, e que os livros que presentemente existem no mercado são excertos retirados dessas obras originais.

Nos saberes de São Cipriano, é claro de embora Cipriano haja renunciado á prática das artes da feitiçaria, ele por vezes podia ensina-la a quem se encontrava em perigo ou tormentos, a fim de auxiliar essa pessoa, se assim fazendo-o então o santo conquistasse mais uma alma para a salvação da cristandade, o que apenas atesta que magia usada para operar em Deus e a bem da salvação de uma alma cristã, é uma coisa boa e virtuosa.  

Seja como for, São Cipriano é um Santo e Bruxo milagreiro, cujas as graças já favoreceram milhares de sofredores por todo o mundo, em todo o tipo de situações mais desesperadas. O dia de São Cipriano é celebrado a 2 de Outubro, sendo que na última noite desse mesmo mês, a 31 Outubro( para 1 Novembro, a noite mais longa do ano),  é celebrado o dia dos mortos, ou o dia das bruxas. O mês 9 de todos os anos, é um mês de profunda tradição na bruxaria.

E sobre são Cipriano, eis que muitos por isso perguntam:

Deve-se venerar a são Cipriano «antes» ou «depois» da sua conversão?

Responde-se:

Deve-se olhar a são Cipriano no seu «todo», ou seja, deve-se olhar para «todo» o homem e para «toda» a vida do santo, pois que da mesma forma que não é possível  partir um homem ao meio, então também não é possível conhecer ao santo dividindo-o em dois.

E por isso:

Como se poderá alguma vez compreender a mensagem e o ensinamento do santo, se não se olhar a «toda» a sua vida, e a «toda» a sua vivencia?
Acaso será possível ter vinho negando as uvas? Ou acaso será possível fazer o pão desprezando ao grão da farinha? Como podereis edificar uma grande casa sem o pequeno tijolo?, pois acaso não é necessário um para construir ao outro?

E então: como podereis entender á vida de um santo se não olhardes a «toda» a sua vida?, e como podereis compreender á mensagem de um santo se não observardes «toda» a sua vivencia?, da mesma forma que como podereis entender um livro se apenas lerdes metade dele, e deitardes fora a outra metade do livro?

E na verdade: como poderia são Cipriano verdadeiramente ter compreendido que no mundo do espírito não há Senhor acima de Deus, se o santo não se aprofundasse nas mais obscuras e ocultas vivencias místicas?, de forma a em certo momento entender que até o Diabo, ( ele assim o confessou a são Cipriano), é um anjo submetido ao poder de Deus?, e que nem o poder do maior anjo ou do maior demónio conseguem vencer ao poder de Deus?, e que todas as coisas estão submissas e submetidas a Deus?, e que nada sucederá neste mundo se Deus não o permitir?, pois que o poder de Deus suplanta e supera todos os demais poderes?

E por isso: toda a vida do santo deve ser olhada, pois que o santo nem negou ás coisas do espírito, nem negou ás coisas da santidade; E o santo não negou nem ás coisas místicas, nem negou ás coisas de Deus; E antes porem, o santo tudo isso viveu, e tudo isso vivenciou, para deixar ao mundo um legado e uma mensagem de fé, e essa mensagem foi tal conforme já nas escrituras é anunciado, onde assim está escrito:

o SENHOR DOS ESPIRITOS (…) se manifestou
2 Macabeus 3,24

Pois então:

Deus é «Senhor dos espíritos», e «Deus» é «Senhor» de «todos os espíritos», e «Deus» é «Senhor» de «todas» as coisas do «mundo do espírito», e por isso no «mundo do espírito» nada dará fruto se Deus não quiser, e com Deus tudo dará fruto.

E no fundo, era esta uma das mensagens de são Cipriano, pois que ele que tantos prodígios conseguiu alcançar com as suas magias, porem acabou concluindo que as suas mais poderosas magias apenas davam fruto quando Deus permitia, e porem quando Deus não permitia então não havia fruto possível.
E por isso, eis que assim são Cipriano acabou observando na sua obra:

«(…) Disse o demónio -  Infelizmente nada possa fazer contra o Deus todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de qualquer movimento»

 Obra de S. Cipriano – Pag 22, Capitulo «Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»

Pois então:

Se não fosse «toda» a vida do santo, tanto antes como após a sua conversão, então jamais tamanha «chave» lhe teria sido dada, para que se lhe permitisse verdadeiramente vislumbrar as leis do mundo do espírito, e assim deixar um legado de sabedoria inigualável.

E por isso, assim se pode entender da mensagem de são Cipriano:

«Deus» é espírito, e «Deus» é o «Senhor» dos espíritos, e por isso todas as «coisas do espírito» são de «Deus», e todas as coisas do «mundo do espírito» são as coisas do «reino de Deus»; E por isso, todas as coisas do espírito são boas se vividas em Deus, e todas as coisas do espírito dão fruto se vividas com Deus, e porem sem Deus não há prodígios possíveis, e fora de Deus não há maravilhas.

E por isso, são Cipriano falando das suas artes mágicas e místicas, assim disse na sua obra:

«(…) havemos de notar que tudo quanto fazemos é em nome de Jesus Cristo»

Obra de são Cipriano; Instruções a todos os religiosos, Pag. 36

Ou seja: assumiu são Cipriano que tudo quanto foi feito na sua obra, ( seja magia branca, ou magia negra, ou encantamento, ou feitiço, ou conjuração, ou invocação), tudo é feito em Deus, e com Deus; assume por isso são Cipriano, que a «magia» é coisa do «espírito», e que por isso toda a coisa da «magia» sendo coisa do «espírito» é coisa do «mundo do espírito», e o «mundo do espírito» é o «reino de Deus», e por isso não há «magia» que possa dar fruto fora de «Deus», e com «Deus» toda a «magia» é invencível.

Ou seja, sobre as artes do espírito, e sobre a magia, e sobre os misticismos, eis que são Cipriano acabou ensinando tal conforme assim está escrito:

tudo o que Deus criou é bom, e nada é desprezível se tomado com acção de graças, porque é santificado pela Palavra de Deus e pela oração
1 Timóteo 4,1;4

Pois então: todas as coisas do mundo do espírito são boas e nenhuma é desprezível, se elas foram vividas em Deus, e se praticadas com Deus.

E por isso, a todos aqueles que acusando o santo por causa das suas sabedorias místicas e do espírito, então julgam poder dividi-lo em «antes» e «depois» da sua conversão, então a esses as próprias escrituras lhes respondem como assim está revelado:

todas as coisas Te servem a Ti
Salmo 119,91

Pois então:

Deus é Senhor de todas as coisas, e por isso todas as coisas servem a Deus, e por isso todas as artes do espírito serão desaconselhadas se praticadas fora de Deus, e porem todas as artes do espírito, ( sejam elas de magias «negras», ou magias «brancas», ou qual for a sua «cor»), eis que todas as artes do espírito são boas e virtuosas se praticadas com Deus, e em Deus.

E assim sendo:

São Cipriano jamais renegou ás magias e aos portentosos prodígios que delas podem nascer; porem são Cipriano também não negou a Deus, e converteu-se, e morreu mártir pela fé em Cristo. E por isso, a lição do santo foi: as magias existem, e são coisas do espírito, e elas darão bom fruto se forem operadas na fé em Deus, por Deus, e jamais fora de Deus, pois que fora de Deus não há maravilhas do espírito.

São Cipriano veio assim servir um novo e diverso pão de esperança, e o santo veio oferecer um novo e amplo vinho de espiritualidade, e todo esse novo fruto reside no ensinamento de são Cipriano, e o ensinamento deve ser olhado no «todo» e não apenas na «parte».

Nalgumas doutrinas, são Cipriano é apontado enquanto o santo Padroeiro de magos, magas, bruxos, bruxas, necromantes, feiticeiras, espíritas, e de todos aqueles homens de fé que operam nas artes do espírito e do oculto.

Sendo o santo protector desta classe de homens de fé e ocultistas, são Cipriano assume-se como o santo protector dessas artes e de seus artificies, sendo que a são Cipriano se pede protecção e intercedência em todos os empreendimentos místicos e obras do espírito, procurando sempre que através da intercedência do santo, todos os processos espirituais sejam bem sucedidos, e porem sempre norteados pela luz de Deus, pois que como são Cipriano descobriu: com Deus tudo é possível edificar no espírito, e sem Deus nenhum fruto florescerá no espírito.


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Seis breves apontamentos sobre saberes gerais dos ensinamentos ocultos de S. Cipriano

I

Sobre a natureza da magia, assim dizem os saberes de S. Cipriano:

«A magia é a arte de submeter as potências da natureza á vontade humana. Entre essas potências, há as entidades invisíveis, espíritos, génios, demónios, evocados mediante fórmulas, orações, encantamentos, talismãs, Pentáculos, filtros, e outros agentes naturais»

Obra de S. Cipriano, pag 222, Capitulo «A Magia»

II

São 5 os tipos de orações que São Cipriano ensinou, e servem elas para:

«Para rogar a Deus pelas almas boas; Para esconjurar os espíritos maus; Para curar moléstias; Para conjurar encantos (…); Para se fechar uma morada ou um corpo (…)»

Obra de S. Cipriano, Pag. 37, capitulo «Instruções a todos os religiosos»

III

Sobre a oração, assim dizem os saberes de S. Cipriano:

«A oração é o meio que o homem tem para comunicar-se com Deus e com os espíritos»

Obra de S. Cipriano Pag 391

IV
Segundo os saberes de S. Cipriano, existem conjuros de Magia Negra, para fins de «mandar os espíritos tentar qualquer pessoa de quem desejamos qualquer coisa». Devem-se ao celebrar tais conjuros, respeitar cinco regras, e elas são:

«Não pode ir o conjurador com mais de duas pessoas; não se pode fazer (..) conjuração senão de noite das onze horas ás duas horas, e em lugares solitários. (…) o conjurador deverá ir vestido de preto e nenhuns dos cicunstantes deverá levar sinais sagrados»

Obra de S. Cipriano Pag 332, Capitulo «Grande Conjuração de Magia Negra»

V

Sobre a bruxaria, sua natureza, seus poderes e os seus limites, assim dizem os ensinamentos de S. Cipriano:

*

«Os bruxedos, (…) na sua forma mais pura, é uma tentativa de (…)  fazer aparecer espíritos benignos ou malignos (…)

Obra de S. Cipriano; Pag 41, Capitulo «Os bruxedos no tempo de São Cipriano»

*

«Cumpridas as instruções de Lúcifer, Cipriano pode então apossar-se de Elvira, como pretendera»

Obra de S. Cipriano, Pag 20, Capitulo «Cipriano e Elvira»

*

«(…) Disse o demónio -  Infelizmente nada possa fazer contra o Deus todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de qualquer movimento»

 Obra de S. Cipriano – Pag 22, Capitulo «Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»

*

«O espírito das trevas não teve outra saída senão explicar francamente a situação (…) O sinal da cruz afastava qualquer demónio e era justamente aquele sinal que Justina se valia na hora das tentações e das tribulações»

Obra de S. Cipriano, Pag 28 Capitulo «Conversão de S. Cipriano»

VI

Dizem o saberes de S. Cipriano que uma amarração com recurso a magia negra, desperta sobre a sua vitima, tanto tentações como tribulações, conforme seja necessário para forçar uma certa criatura a aceitar um fim amoroso que ela não deseja. Desde infortúnios a tentações carnais, as astúcias demoníacas operam de diversas formas, conforme se pode ler:

«Aglaide resolveu apelar para outros recursos, e foi procurar Cipriano, o mago dos magos (…) Atendendo á solicitação, Cipriano valeu-se de todos os recurso da sua arte magica para satisfazer o moço enamorado (..) Cipriano fez com que jovem fosse presa de fortes tentações e ficasse apavorada durante noites com aparições (…) Foi aquele demónio a casa de Justina, procurando excitar-lhe o espírito e acender-lhe os desejos da carne(…) Perturbada pela influencia diabólica, Justina (..) sentia incendiar-se-lhe na carne a chama do desejo (…) a jovem (…) sentiu ímpetos de buscar amante fosse como fosse (..) o príncipe das trevas(…) vingou-se desencadeando (..) uma série de doenças de toda a sorte»

Obra de S. Cipriano, Pag.s 27-31, Capitulo « A Conversão de S. Cipriano»

Através dos seus saberes ocultos, S. Cipriano conseguiu alcançar grandes prodígios, apossando-se dos amores de Elvira e permitindo que uma bruxa alcançasse milagroso sucesso nos seus serviços à filha do conde Everaldo de Saboril.

Contra o seu poderio de artes magicas, apenas Santa Justina lhe resistiu pois que Deus não permitiu que o seu feitiço produzisse fruto. Contudo, mesmo assim está escrito que:

«(…) os manuscritos que ele escrevera e os apontamentos da bruxa Èvora, botou-os no fundo da sua grande arca, pois, apesar de não terem sido fortes o suficiente contra Deus(…), os reconhecia de portentoso valor e serviriam futuramente (…) »

Obra e vida de S. Cipriano, extraída do Flos Sanctorum

S. Cipriano ensina nos seus escritos, que perante o tamanho poder do feitiço e do encantamento da bruxaria, apenas a Deus pode impedir o seu resultado, pois o santo assim mesmo o observou junto de Santa Justina. Há excepção disso, o saber oculto de S. Cipriano é capaz de abrir portas a um poderosíssimo contacto com os espíritos. Os saberes ocultos de S. Cipriano são por isso e reconhecidamente, uma inigualável fonte de ensinamentos místicos, que já operaram prodígios e favorecimentos por todo o mundo, através de uma das maiores autoridades históricas e espirituais no mundo esotérico.

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Eis os 6 ensinamentos basilares que provem directamente da obra de são Cipriano, e ei-los:


1º Ensinamento:
sobre a fé.

Sobre a fé, na obra de são Cipriano podemos ler:

«O espírito mau segredou-lhe ao ouvido: tens ainda pouca fé no meu poder, e é por isso que não achas as pedras de que te falei.»

Obra de são Cipriano, «Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do Diabo», capitulo 4º, pagina 251

Assim se fica sabendo que apenas tendo fé no espírito, é possível do espírito retirar a sua obra.


2º Ensinamento:
sobre a paciência

Sobre a paciência, na obra de são Cipriano podemos ler:

«[Implorou Siderol]: perdão, perdão, Lúcifer (…)

[Respondeu Lúcifer]: não te disse já, (…), que na minha lei também é preciso ter paciência? »

Obra de são Cipriano, «Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do Diabo», capitulo 8º, pagina 260

Assim se fica sabendo que se desejamos entregar os destinos de um assunto ás mãos de um espírito, então assim o façamos para que o espírito dele se encarregue e por ele providencie. Porem, se não temos fé e paciência para entregar o destino desse assunto ás mãos de um espírito, e tendo-lhe entregue o assunto ainda assim persistimos em tomar o assunto em nossas mãos, então de que serviu entregar o problema ás mãos do espírito se persistimos ainda assim em tratar dele pelas nossas mãos? Uma vez entregue um assunto ao espírito, deixai então que ele trate do problema pelas suas mãos e não pelas nossas, porque das nossas mãos mortais nada colheremos, e sabendo deixar operar as mãos de um espírito ele assim vos dará a chave que abre a porta que não se vos abre.


3º Ensinamento:
sobre a sacrifico

Sobre sacrifico, na obra de são Cipriano podemos ler:

«Para que gozes da minha protecção, é necessário que faças algum sacrifício»

Enguerimanços de são Cipriano ou prodígios do Diabo, capitulo 7º, pagina 260

Pois assim sabemos que nenhum milagre, nem nenhum prodígio, nem nenhuma protecção do espírito cairá do céu sem algum sacrifício. E porem, esse sacrifício aliado á fé, será então o grão de areia que fará a montanha mover-se a vosso favor.

4º Ensinamento:
sobre Deus

Sobre Deus, assim está escrito na obra de são Cipriano:

«(…) Disse o demónio -  Infelizmente nada possa fazer contra o Deus todo poderoso (…) que se quiser poderá nos impedir de qualquer movimento»

 Obra de S. Cipriano – Pag 22, Capitulo «Nascimento, vida e Morte de S. Cipriano; Cipriano e Clotilde»

Por isso assim se sabe que aquilo que Deus aceitar firmar ele firmará, porem aquilo que Deus não aceitar decretar ele não decretará, e esta é a lei. Assim ensina são Cipriano que quando desejais a mais forte das magias, lembrai-vos de Balaão e de são Cipriano, e assim não caia o vosso apelo em orações fúteis e fé mal guiada, mas antes dirigi-vos a um altar onde os santos de Deus são venerados, pois que apenas através de um santo de Deus podereis obter permissão para que tanto anjos, (magia branca), como demónios, (magia negra), actuem em vosso favor, pois que apenas através da autoridade de Deus se podem tais prodígios firmar, e todo o santo de deus apenas a Deus clama para abrir caminhos, seja na magia branca, ou na magia negra.

5º Ensinamento:
sobre a oração

Sobre a oração, assim está escrito na obra de são Cipriano:

«A oração é o meio que o homem tem para comunicar-se com Deus e com os espíritos»

Obra de S. Cipriano Pag 391

Pois assim se sabe que é na oração, proferida com fé numa casa de oração e num altar dedicado a um santo de Deus como é são Cipriano, em que muitas orações se juntam clamando em todo o seu poder, que todos os prodígios são possíveis, e fora da oração e da fé expressas numa casa de oração e num altar de um santo de Deus, pouco será alcançado pois que assim são Cipriano ensinou.

6º Ensinamento:
sobre as instruções

Sobre o cumprimento das instruções de um trabalho espiritual, assim diz a obra de são Cipriano:

«Cumpridas as instruções de Lúcifer, Cipriano pode então apossar-se de Elvira, como pretendera»

Obra de S. Cipriano, Pag 20, Capitulo «Cipriano e Elvira»

Pois assim se sabe que apenas cumprindo com rigor as instruções de um espírito, então será possível colher o fruto da acção desse espírito. Respeitai a instrução e podereis ter o benefício do espírito, porem desrespeitai a instruções do espírito e nada vos será dado, mas apenas tirado.

Em resumo:

Ensinamento geral sobre os saberes de são Cipriano

Sobre os saberes de são Cipriano, assim diz a obra de são Cipriano:

«(…) os manuscritos que ele escrevera e os apontamentos da bruxa Èvora, botou-os no fundo da sua grande arca, pois, apesar de não terem sido fortes o suficiente contra Deus(…), os reconhecia de portentoso valor»

Obra e vida de S. Cipriano, extraída do Flos Sanctorum

Eis por isso que são portentosos e valorosos os saberes de são Cipriano, e se os usais conforme estas 6 regras, eis que eles vos responderão sem falhas, e sempre conforme estes 6 ensinamentos aqui revelados por são Cipriano.

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Eis 4 breves sabedorias espirituais da obra de são Cipriano:


1- Sobre a magia, sobre o mundo do espírito e sobre Deus, assim está escrito na obra de são Cipriano:

[respondeu são Cipriano] Amanha, á nona hora, vai ter comigo ao templo dos cristãos, que te apresentarei ao presbítero Eugénio, para que te dê as aguas lustrais, e logo te direi o segredo que torna essa magia infalível (…)

De manha estando [ são Cipriano]  na igreja com o presbitério, viu entrar a bruxa que correu a beijar os pés do sacerdote. Em seguida foi baptizada, e no fim da cerimónia chamou-a Cipriano e deu-lhe um pergaminho quadrado onde estava escrita a seguinte oração: «faz 3 vezes o sinal da cruz (…)» (…) Logo que a feiticeira acabou de rezar a oração (…) o duque vestiu o fato defumado pela bruxa, prostrou-se aos pés da duquesa a pedir perdão pelas suas leviandades. No dia seguinte, tirou um olho á amante e desprezou-a

Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor; capitulo 16º; Pag. 311

Ensina são Cipriano na sua obra que a oração, e o sinal da cruz, ( ou seja: o poder de Deus), é a chave que faz a magia operar os seus prodígios, e que se alguma magia for infalível ela apenas o é se o poder de Deus a firmar e sustentar; 

E assim, eis que são Cipriano ensina que essa, ( a fé na oração e Deus),  é a chave para Deus poder aceitar firmar aquilo que é clamado, rogado e pedido numa magia, feitiço, conjuro ou encantamento, ensinando também que é em Deus que reside o poder de qualquer prodígio de magia branca ou negra, ou seja, de bênçãos ou maldições.


2- Em assuntos de amor ou de família, assim está revelado na obra de são Cipriano:

Pelas chagas de Cristo, juro que (…) se faço isto é pelo muito amor que lhe consagro e para que não tome afeição a outra mulher

Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor; capitulo 1º

Pois assim se fica sabendo que quem procura magia branca ou negra em assunto de amor, se o fizer por bem e por amor, então não está ofendendo a Deus e está apelando ao seu imparável poder.

3- Em assuntos de males malignos que afectam as vidas do sofredor e lhe trazem apenas contratempos, padecimentos e tribulações, assim está revelado na obra de são Cipriano:

Os verdadeiros e eficazes remédios são os de que usa a igreja, e estes são: o sinal da cruz; a invocação dos santíssimos nomes de Jesus e Maria; os exorcismos; os jejuns; as orações; as esconjurações; as relíquias de santos; a bênção das casas; aspersões de água benta

Obra de são Cipriano; Remédios contra os espíritos; Pag 272

Pois assim se conhecem os verdadeiros remédios que no altar de são Cipriano são usados para ajudar todo aquele que vê a sua vida destruída pelo mal e o maligno que brota dos maus corações

4- Sobre como são Cipriano actua em Cristo e na cristandade, assim está escrito na obra de são Cipriano:

Socorro-te porque a minha religião que é a cristã, diz que todos são filhos do mesmo Deus Omnipotente, e que não se deve perguntar as crenças ao irmão que sofre (…) Sou Cipriano, o antigo feiticeiro, mas logo que senti a água do baptismo, não posso mais usar da magia; mas já que é para o bem e alcanço uma alma para a cristandade, dir-te-ei o modo como se faz essa coisa que em vão tens preparado

Obra de são Cipriano; forças e poderes ocultos do ódio e do amor; capitulo 16º;pag311

Pois assim se sabe que mesmo já convertido ao cristianismo, pela cristandade são Cipriano acorreu aos que procuravam solução na magia e no mundo dos espíritos, ensinando-lhes os mais poderosos saberes, e porem evangelizando e afirmando sem equívocos que nenhum prodígio pode ocorrer sem que Deus o permita, e sem que Deus o aceite, pois apenas Deus tem poder sobre todas as coisas, ate mesmo sobre a magia branca e a magia negra.

Eis por isso que são Cipriano é fonte de portentosos saberes, e porem eis que o santo assim o ensinou que sem Deus, fora de Deus, sem a anuência de Deus, e sem a lei de deus…. nenhum prodígio ocorre nem sucederá.

Por isso ensina são Cipriano:

Se procurais auxílio nas magias brancas ou negras, procurai-o num santo de Deus, na intercedência do santo junto de Deus, e através da anuência de Deus, pois apenas no Senhor e na sua palavra revelada nas escrituras poderá um encantamento, feitiço, magia ou intercedência operar os seus fins.

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Se mais deseja saber sobre São Cipriano não na sua obra oculta, mas na sua santidade:


PAPA BENTO XVI
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 6 de Junho de 2007

São Cipriano
Queridos irmãos e irmãs!
Na série das nossas catequeses sobre as grandes personalidades da Igreja antiga, chegamos hoje a um excelente Bispo africano do século III, São Cipriano, que "foi o primeiro bispo que na África conseguiu a coroa do martírio". Em primeiro lugar a sua fama como afirma o diácono Pôncio, o primeiro que escreveu a sua vida está relacionada com a produção literária e com a actividade pastoral dos treze anos que decorrem entre a sua conversão e o martírio (cf. Vida 19, 1; 1, 1).
Nascido em Cartagena numa família pagã rica, depois de uma juventude dissipada Cipriano converte-se ao cristianismo com 35 anos. Ele mesmo narra o seu percurso espiritual: "Quando ainda jazia como que numa noite escura", escreve alguns meses depois do baptismo,"parecia-me extremamente difícil e cansativo realizar o que a misericórdia de Deus me propunha... Estava ligado a muitíssimos erros da minha vida passada, e não pensava que me podia libertar, porque cedia aos vícios e favorecia os meus maus desejos... Mas depois, com a ajuda da água regeneradora, foi lavada a miséria da minha vida precedente; uma luz soberana difundiu-se no meu coração; um segundo nascimento restaurou-me num ser totalmente novo. De modo maravilhoso começou então a dissipar-se qualquer dúvida... Compreendia claramente que era terreno o que antes vivia em mim, na escravidão dos vícios da carne, e era ao contrário divino e celeste o que o Espírito Santo já tinha gerado em mim" (A Donato, 3-4).
Logo depois da conversão, Cipriano não sem invejas nem resistências é eleito para o cargo sacerdotal e para a dignidade de Bispo. No breve período do seu episcopado enfrenta as primeiras duas perseguições sancionadas por um edito imperial, o de Décio (250) e o de Valeriano (257-258). Depois da perseguição particularmente cruel de Décio, o Bispo teve que se comprometer corajosamente para reconduzir a comunidade cristã à disciplina. De facto, muitos fiéis tinham abjurado, ou contudo não tinham tido um comportamento correcto diante da prova. Eram os chamados lapsi isto é "que caíram" que desejavam ardentemente reentrar na comunidade. O debate sobre a sua readmissão chegou a dividir os cristãos de Cartagena em laxistas e rigorosos. A estas dificuldades é necessário acrescentar uma grave peste que assolou a África e colocou interrogações teológicas angustiantes quer no interior da comunidade quer em relação aos pagãos.
Por fim, é necessário recordar a controvérsia entre Cipriano e o Bispo de Roma, Estêvão, sobre a validez do baptismo administrado aos pagãos por cristãos hereges.
Nestas circunstâncias realmente difíceis Cipriano revelou dotes eleitos de governo: foi severo, mas não inflexível com os lapsi, concedendo-lhes a possibilidade de perdão depois de uma penitência exemplar; perante Roma foi firme na defesa das tradições sadias da Igreja africana; foi muito humano e repleto do mais autêntico espírito evangélico ao exortar os cristãos a ajudar fraternalmente os pagãos durante a peste; soube manter a medida justa ao recordar aos fiéis demasiado receosos de perder a vida e os bens terrenos que para eles a verdadeira vida e os verdadeiros bens não são deste mundo; foi irremovível ao combater os costumes corruptos e os pecados que devastavam a vida moral, sobretudo a avareza. "Passava assim os seus dias", narra a este ponto o diácono Pôncio, "quando eis que por ordem do pró-cônsul chegou improvisamente à sua cidade o chefe da polícia" (Vida, 15, 1). Naquele dia o santo bispo foi preso, e depois de um breve interrogatório enfrentou corajosamente o martírio no meio do seu povo.
Cipriano compôs numerosos tratados e cartas, sempre ligados ao seu ministério pastoral. Pouco inclinado para a especulação teológica, escrevia sobretudo para a edificação da comunidade e para o bom comportamento dos fiéis.
De facto, a Igreja é o tema que lhe é mais querido. Distingue entre Igreja visível, hierarquia, e Igreja invisível, mística, mas afirma com vigor que a Igreja é uma só, fundada sobre Pedro. Não se cansa de repetir que "quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, ilude-se de permanecer na Igreja" (A unidade da Igreja católica, 4). Cipriano sabe bem, e formulou-o com palavras fortes, que "fora da Igreja não há salvação" (Epístola 4, 4 e 73, 21), e que "não pode ter Deus como pai quem não tem a Igreja como mãe" (A unidade da Igreja católica, 4).
Característica irrenunciável da Igreja é a unidade, simbolizada pela túnica de Cristo sem costuras (ibid., 7): unidade da qual diz que encontra o seu fundamento em Pedro (ibid., 4) e a sua realização perfeita na Eucaristia (Epístola 63, 13). "Há um só Deus, um só Cristo", admoesta Cipriano, "uma só é a Igreja, uma só a fé, um só povo cristão, estreitado em firme unidade pelo cimento da concórdia: e não se pode separar o que é uno por natureza" (A unidade da Igreja católica, 23).
Falámos do seu pensamento em relação à Igreja, mas não se deve descuidar, por fim, o ensinamento de Cipriano sobre a oração. Eu amo particularmente o seu livro sobre "o Pai Nosso", que muito me ajudou a compreender melhor e a recitar melhor a "oração do Senhor": Cipriano ensina como precisamente no "Pai Nosso" é proporcionado ao cristão o modo correcto de rezar; e ressalta que esta oração está no plural, "para que quem reza não reze unicamente para si. A nossa oração escreve é pública e comunitária e, quando nós rezamos, não rezamos por um só, mas por todo o povo, porque com todo o povo somos uma coisa só" (A adoração do Senhor 8). Assim oração pessoal e litúrgica mostram-se robustamente ligadas entre si. A sua unidade provém do facto que elas respondem à mesma Palavra de Deus. O cristão não diz "meu Pai", mas "Pai nosso", até no segredo do quarto fechado, porque sabe que em cada lugar, em cada circunstância, ele é membro de um mesmo Corpo.
"Portanto, rezemos irmãos amadíssimos", escreve o Bispo de Cartagena, "como Deus, o Mestre, nos ensinou. É oração confidencial e íntima rezar a Deus com o que é seu, elevar aos seus ouvidos a oração de Cristo. Reconheça o Pai as palavras de seu Filho, quando dizemos uma oração: aquele que habita interiormente no ânimo esteja presente também na voz... Quando se reza, além disso, adopte-se um modo de falar e de rezar que, com disciplina, mantenha a calma e a discrição. Consideremos que estamos diante do olhar de Deus. É preciso ser agradáveis aos olhos divinos tanto com a atitude do corpo como com a tonalidade da voz... E quando nos reunimos juntamente com os irmãos e celebramos os sacrifícios divinos com o sacerdote de Deus, devemos recordar-nos do temor reverencial e da disciplina, não dispersar as nossas orações com vozes descompostas, nem fazer com tumultuosa verbosidade um pedido que deve ser recomendado a Deus com moderação, porque Deus ouve não a voz, mas o coração (non vocis sed cordis auditor est)" (3-4). Trata-se de palavras que permanecem válidas também hoje e nos ajudam a celebrar bem a Santa Liturgia.
Em conclusão, Cipriano coloca-se nas origens daquela fecunda tradição teológico-espiritual que vê no "coração" o lugar privilegiado da oração. Segundo a Bíblia e os Padres, de facto, o coração é o íntimo do homem, o lugar onde habita Deus. Nele se realiza aquele encontro no qual Deus fala ao homem, e o homem escuta Deus; o homem fala a Deus, e Deus ouve o homem: tudo isto através da única Palavra divina. Precisamente neste sentido fazendo eco a Cipriano Smaragdo, abade de São Miguel em Mosa nos primeiros anos do século IX, afirma que a oração "é obra do coração, dos lábios, porque Deus não vê as palavras, mas o coração do orante"(O Diadema dos monges, 1).
Caríssimos, façamos nosso este "coração em escuta", do qual nos falam a Bíblia (cf. 1 Rs 3, 9) e os Padres: temos disso tanta necessidade! Só assim poderemos experimentar em plenitude que Deus é o nosso Pai, e que a Igreja, a santa Esposa de Cristo, é verdadeiramente a nossa Mãe.
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Saudações
Uma saudação especial aos peregrinos vindos de Portugal, especialmente o grupo de jovens do Arciprestado de Carrazeda de Ansiães, e do Brasil um grupo de visitantes. Que a visita à cidade onde foram martirizados os Apóstolos São Pedro e São Paulo reavive a vossa fé em Cristo Jesus, que por amor nos redimiu e nos chamou a ser filhos de Deus e a viver como irmãos na justiça e na paz. A todos, de coração, dou a minha Bênção, que faço extensiva aos vossos familiares e amigos. 



Este site abaixo sita como a Fonte:  Vaticano, O santo padre, audiências do Santo Padre, em  http://212.77.1.243/index.htm

Fonte: Internet - http://www.magianegra.com.pt/sao_%20cipriano.htm